Uma pesquisa realizada pela Kyodo News com empresas e companhias japonesas revelou que 84% projetam crescimento econômico em 2022 apesar da pandemia de COVID-19, a variante omicron e as possíveis (e inevitáveis) mutações do SARS-CoV-2.
A pesquisa de múltiplas respostas foi realizada entre o meio de novembro e o começo de dezembro de 2021 e recebeu 106 repostas válidas. O resultado foi divulgado no dia 03 de janeiro de 2022, o primeiro dia útil do ano.

Entre as empresas participantes estão a Toyota Motors Corp., SoftBank Group Corp., Nintendo Co., Panasonic Corp., ANA Holdings Inc. e Seven & i Holdings Co. Para esses gigantes, a principal expectativa é o retorno do consumo interno.
No entanto, ainda há muitas incertezas causadas pela variante omicron que está gerando um tsunami de infecções mundo afora ao passo que as infeções no Japão voltaram a subir.
Tokyo, por exemplo, registrou mais de 100 casos pela primeira veze em três meses, em Okinawa foram 235 contaminações. Em todo o país foram registradas 554 infecções, o maior número desde a descoberta da variante omicron por cientistas sul-africanos.
Projeções para 2022 do mundo corporativo
O questionário de múltiplas respostas fornecido pelas empresas demonstrou confiança na alta do consumo interno (91%), há também um forte otimismo para 64% das empresas de que as anormalidades causadas pela pandemia voltarão ao normal em breve.
Para 35%, o investimento estrangeiro no país deverá aumentar e apenas 19% estão aguardando a recuperação da economia estadunidense. Contudo, existem grandes desafios para que essas projeções se tornem realidade.

Entre as 106 empresas e companhias participantes, 13 foram categóricas ao afirmar que as condições econômicas do Japão não deverão sofrer grandes mudanças em relação ao ano de 2021.
O argumento contrário ao otimismo do crescimento não pode ser ignorado. As empresas apontaram para o cenário de escassez de matéria-prima, bem como o aumento de preço de suprimentos básicos e a desvalorização do iene.

Uma das entrevistadas, uma indústria de alimentos disse: “As medidas adotadas para conter as anomalias causadas pela pandemia de COVID-19 são insuficientes, portanto, levará tempo até que a economia volte aos níveis pré-pandêmico“.
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Governo central e novas políticas
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, bem como seu antecessor Yoshihide Suga, está promovendo entre outras coisas, a digitalização do país e transição para a economia verde com a meta do carbono zero em 2050.
O governo central também está se preparando para que até 2030, de 36% a 38% da energia consumida no Japão venha de fontes renováveis, o dobro do ano fiscal de 2019 quando 18% da energia consumida no país veio de fontes renováveis.

Para as empresas pesquisadas, 54% apoiam a digitalização do país e 48% dão suporte a fontes de energia não poluentes. A baixa adesão a energia se dá pelo fato da necessidade em investir enormes quantias para desenvolver essa tecnologia.
Muitos economistas e especialistas apontam o problema da poluição que será gerado para que o mundo deixe de utilizar energia fóssil, pois a mineração de minerais raros (que não são raros, pelo contrário, existem em abundância no mundo inteiro) é altamente tóxica.
Para saber mais sobre a posição das empresas japonesas em relação a transição verde, clique em Primeiro-Ministro se compromete em reduzir as emissões de carbono do Japão em 46% até 2030.
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