Fazenda vertical no Japão é tendência para futuro

Fazenda vertical no Japão: tecnologia pode ser o futuro da agricultura no país com envelhecimento da população

Conceito de fazenda vertical no Japão cresce para alimentar grande quantidade de pessoas nos centros urbanos

Os grandes centros urbanos enfrentam desafios para alimentar sua população. A tendência é que o número de pessoas aumente nos próximos anos, por isso empresas já estão pensando como aumentar o suprimento de comida fresca no Japão com as fazendas verticais. Continue lendo e saiba mais.

Fazenda vertical no Japão

O conceito de fazenda vertical era considerado promissor, mas fazia parte de um futuro distante. Foi descrito em 1915 no livro do autor Gilbert Ellis Baily sobre o tema.

Esse tipo de cultivo seria feito em um espaço interno no subterrâneo ao usar uma tecnologia de engenharia nova revolucionário.

As plantas estariam dispostas em camadas verticais individuais para favorecer a estrutura da raiz da planta para maximizar a produção com manutenção e preparo do solo.

Seria uma forma de cultivo alternativo ao que era empregado na época, de agricultura horizontal, em espaços a céu aberto usando os recursos da natureza.

Desafios do Japão em relação a agricultura

Agricultura no Japão sofre com envelhecimento da população

O desafio que o Japão enfrenta além da falta de espaço é o envelhecimento da população japonesa, a migração das pessoas das áreas rurais para centros urbanos, além do aumento da população nesses grandes centros.

A idade média de um agricultor que mora na área rural no Japão era de 67 anos em 2019.

Com poucos candidatos para continuar trabalhando com a terra, soluções tecnológicas parecem ser uma luz no horizonte de produção de comida fresca.

Fazenda vertical em Kyoto

Esse conceito revolucionário evoluiu com o tempo e atualmente já podemos ver fazendas verticais dentro de espaços fechados em Tokyo e Kyoto, por exemplo.

Ao final de 2019, um prédio em meio ao centro urbano de Kyoto cultivava 30.000 pés de alface por dia usando luz artificial em uma fazenda vertical pela empresa Spread. Anualmente, são 11 milhões de pés.

Alface cultivada em espaç

Em Kyoto, uma das fábricas usa tecnologia de ponta para mudar as camadas de altura de acordo com necessidade de luz, temperatura e umidade ideais para seu crescimento.

O processo é feito sem solo ou pesticidas e poucas pessoas precisam trabalhar no local, apenas para fazer a coleta. A fábrica conseguiu deixar quase todos os processos automatizados.

Funcionário anda entre prateleiras de pés de alface em fazenda vertical no Japão

O benefício desse sistema novo é conseguir uma produção estável e sem influências do clima externo. Além disso, existe pouco desperdício, pois as alfaces ficam melhor conservadas e duram mais.

Em todo o Japão, já são mais de 200 fábricas como a da empresa Spread usando a tecnologia de fazenda vertical e luz artificial.

Prateleiras em camadas verticais com alface

Segundo o chefe executivo, Shinji Inada, contou em reportagem para a empresa de ciência e pesquisa tecnológica Science X, no começo as empresas que revendiam hortaliças e vegetais ficaram relutantes em comprar a alface produzido desta forma.

Preço não sofre oscilações sazonais

A qualidade constante e preços consistentes foram atrativos, já que a produção não é afetada por questões sazonais. Afinal, esse tipo de produto sofre grandes flutuações de preço no Japão.

Segundo reportagem da Financial Times de 2020, o preço da alface produzida passou de 258 ienes a unidade no começo em 2003, chegou a 198 ienes em 2008 e atualmente é vendido por 158 ienes pela Spread.

A alface cultivada na fazenda vertical da empresa pode ser encontrada nas prateleiras de supermercados de Kyoto e Tokyo.

No futuro, a ideia é colocar a produção de fazenda vertical no Japão mais próxima dos consumidores.

Além dessa expansão, um dos planos é exportar esse tipo de cultivo para países que não têm clima e condições adequadas para agricultura.

Produções maiores

Segundo Inada, apesar de haver mais gastos com energia artificial, em comparação a produção é muito maior, pois há menos perdas e oscilações em relação a temperatura e condições instáveis da natureza.

Sua produção continua a mesma todos os anos independente da época do ano. Desta forma, existe uma agricultura mais sustentável.

No começo, o cultivo apenas dava gastos, mas era visto como um investimento. A produção em larga escala começou em 2007 e após muito trabalho para automatizar sistemas, passou a dar lucro em 2013. Não à toa, a empresa é a única do segmento a ser considerada lucrativa, entre todos os outros.

Fazenda vertical não é fácil

Segundo o presidente da Academia de Agricultura do Japão, Kenji Omasa, contou a Financial Times, muitas empresas que entraram no segmento falharam.

O custo com a iluminação LED, com eletricidade, equipamento e mão de obra absorvem 1/3 do orçamento. No futuro para ser mais sustentável, as empresas devem adotar um consumo renovável com alimentação solar.

Segundo Toru Numagashi, líder da empresa A-Plus, o modelo de agricultura vertical é o oposto da tradicional. A produção desse tipo deve ser planejada de acordo com as necessidades do consumidor.

Tendência se espalha

Segundo reportagem do Nikkei de 2021, a East Japan Railway, empresa que administra o transporte público de Tokyo tem planos de cultivar hortaliças usando a tecnologia de fazenda vertical e vender dentro das estações na capital.

Além de usar o conceito que já é tendência no Japão, a ideia surgiu a partir de uma parceria de sucesso.

A companhia de fazenda indoor Infarm se juntou com uma rede de supermercados chamada Summir para cultivar hortaliças usando luz artificial para vender online.

Desde janeiro, eles cultivam alface e outros vegetais dentro de espaços internos com cinco centros de produção junto operados em parceria com a empresa Kinokuniya. No entanto, é vendido mais caro, com a premissa de ser uma hortaliça mais fresca.

O plano da JR East busca fazer o mesmo, construir complexos e em breve vender os produtos dentro das estações.

Segundo a reportagem do Nikkei, esse método de agricultura está sendo visto como mais sustentável, já que com o uso da tecnologia usa-se menos água em comparação com uma plantação na terra em local aberto.

2 metros quadrados de produção na fazenda vertical é capaz de produzir o equivalente a um cultivo de 250 metros quadrados convencional. A tendência é que esse seja o futuro da agricultura no Japão.

Até 2025, o número de fábricas verticais usando luz artificial dobrarão, segundo estimativas do grupo Innoplex.

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