Pequenos negócios no Japão estão a um risco de desaparecer por falta de sucessores ou interessados em continuar a empresa. No país é muito comum ter um negócio que acaba sendo passado para as próximas gerações de forma tradicional.
Desta forma, a empresa familiar tem sua vida prolongada com aprimoramento de técnicas e um vasto valor cultural, pois são eles que mantém tradições e faz criar produtos únicos.
No entanto, é cada vez mais comum ver idosos trabalhando na linha de frente sem muito futuro do que está sendo feito.
Pequenos negócios no Japão em risco
Um dos exemplos é o do Kiyoshi Hashimoto, 82 anos, que possui uma pequena fábrica, não possui herdeiros, não conseguiu achar sucessores ou interessados em comprar seu negócio que tem clientes locais.

Ele abriu sua fábrica em Chiba há 40 anos e mesmo após sua aposentadoria continuou trabalhando, após a pandemia passou a ter apenas dois funcionários temporários de meio período.
Rombo de 22 trilhões de ienes
O problema é algo que chama a atenção do governo japonês, pois o fechamento destes negócios farão um rombo na economia de 22 trilhões de ienes acabando com 6.5 milhões de empregos e fechamento de 1.27 milhões de pequenos negócios, segundo estimativas do governo.
Por volta de 2029 a situação ficará ainda pior quando a geração que ocupa os cargos mais altos das empresas na presidência fizer 81 anos, de acordo com dados do Teikoku Databank.
Os pequenos negócios passados de família para família ou para empregados fieis dá base para a economia, mas os jovens não tem interesse em continuar fazendo isso.
Por isso, o governo está fazendo estímulos para que as pequenas empresas familiares possam ser vendidas para terceiros do setor privado.
Perda cultural e social
Afinal, estes fechamentos podem significar perda de artesanatos especializados, serviços únicos, receitas familiares tradicionais, entre outros que perfazem a riqueza social e cultural japonesa.
Isso afetaria a atratividade que leva milhares de pessoas a fazer turismo no Japão.
Enquanto isso, existe a parcela de pessoas que acredita que este seja um momento de oportunidade de consertar ineficiências ou salvar pequenos negócios que já estão sendo levados a falência por outros motivos.
Sucessores não querem continuar
Além disso, existem os tipos de negócios que deram certo antes, mas que acabam perdendo seu propósito nas gerações seguintes que não desejam assumir os negócios de seus pais.
Ayako Suzuki, 61 anos, largou sua carreira corporativa para ajudar seu pai de então 80 anos em sua empresa de caminhões que ele começou em 1975.
Os três motoristas da empresa recusaram em tomar conta dos negócios, por isso ela entrou para ajudar.
Então, a pandemia de coronavírus teve início, um motorista saiu, os caminhões precisavam de manutenção e ela teve que começar a usar as economias.
Foi quando ela achou uma empresa do setor privado que desejava comprar a empresa e prometeu manter os funcionários, clientes e caminhões. Com alívio, Suzuki passou o bastão.
Ao mesmo tempo, estes pequenos negócios representam oportunidades para os mais novos que desejam empreender.
O chef Rikuo Morimoto, 28 anos, pretendia estudar na Itália, mas foi impedido pela pandemia de COVID-19.

Então, ele usou suas economias para comprar um restaurante antigo de quatro décadas em Tokyo.
Ele economizou ao manter a estrutura, móveis, decoração e clientes do restaurante Andante, amado pela vizinhança no distrito Suginami e lançou seu cardápio.
Morimoto conta que seu dinheiro daria apenas para comprar um pequeno bar ou um foodtruck, mas que este pequeno negócio estava muito mais barato por fazer parte destes empreendimentos que não seriam passados adiante nas famílias conseguindo uma barganha.
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