Durante visita à Índia em 19 de março, o primeiro-ministro Fumio Kishida anunciou no India-Japan Economic Forum em New Delhi que o Japão investirá US$ 42 bilhões em parceria público-privado no país anfitrião para fortalecer as relações econômicas entre os dois.
Foi a primeira vez, desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro, que Kishida visitou a Índia. O montante anunciado em coletiva de imprensa será investido ao longo de cinco anos e deverá focar na energia verde, infraestrutura urbana e no setor industrial.

Fumio Kishida e seu homólogo Narendra Modi também discutiram a crise na Ucrânia. A Índia é o único país da aliança QUAD do Indo-Pacífico (EUA, Austrália, Japão e Índia) que não condenou a invasão russa nos fóruns internacionais.
Apesar da aliança QUAD ter se formado para a contenção da China na região do Mar do Sul da China, a posição da Índia nos fóruns internacionais em relação a invasão da Rússia diverge de seus aliados e visa seus próprios interesses dentro do campo econômico e geopolítico.
Laços econômicos Índia-Japão
Entre os anos de 2000 a 2019, o investimento japonês na Índia foi de US 32 bilhões para o setor automobilístico, equipamentos elétricos, telecomunicações, indústria química, farmacêuticas, além do Japão contribuir no desenvolvimento de trens de alta velocidade.
Os investimentos japoneses na Índia vêm aumento consideravelmente, afinal, o Japão investirá US$ 10 bilhões a mais em um período 75% menor. Segundo os dois líderes, o investimento trará maior segurança econômica aos dois países.

As relações comerciais bilaterais entre Índia e Japão favorecem a balança comercial japonesa. Entre 2019 e 2020, a Índia exportou US$ 3,94 bilhões ao Japão e importou US$ 7,93 bilhões. No total, foram comercializado US$ 11,87 bilhões entre os dois países.
A Índia é o 13° parceiro comercial do Japão e representa 1,7% na balança comercial japonesa, o que representa uma melhora de cinco posições. Nos últimos anos, o aumento das relações comerciais entre os dois países aumentou em 41,2%.
Suzuki instalará planta para baterias de EVs na Índia
A Suzuki Motor Corp. (7269.T) deverá investir JP¥ 150 bilhões (US$ 1,26 bilhões) em uma nova planta para baterias de EVs na Índia para abastecer outras produtoras de veículos elétricos e o mercado local em geral como parte do acordo entre os países.
A montadora japonesa já possui fábricas nos estados de Gujarat e Haryana ao norte da Índia. O objetivo da companhia é se tornar competitiva entre outras montadoras que estão vendendo EVs na faixa de JP¥ 1 milhão (US$ 8.287,85).

Além da nova planta e do investimento para o mercado indiano, a Suzuki Motor também investirá JP¥ 1 trilhão (US$ 8,28 bilhões) nos próximos cinco anos em pesquisa e desenvolvimento de veículos híbridos.
Após a aquisição da Maruti Suzuki India Ltd (MRTI.NS), antiga Maruti Udyog Limited, pela Suzuki Motor Corp. em 2003, a montadora japonesa se tornou o maior produtor de veículos e é responsável por mais da metade das vendas no país.
No evento India-Japan Economic Forum, o presidente da Suzuki Motor, Toshihiro Suzuki, afirmou: “O futuro da Suzuki é alcançar a neutralidade de carbono com pequenos carros”. A nova planta deverá entrar em operação a partir de 2026.
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Outros acordos firmados
No evento anual India-Japan Economic Forum realizado em New Dalhi no sábado, 19 de março de 2022, entre os acordos firmados entre as duas nações, foram contempladas questões culturais para aprofundar as relações.

Acordos de fortalecimento das relações na esfera de defesa e segurança de Índia e Japão também foram assinados dentro da Estratégia Especial Índia-Japão de Parceria Global, iniciativa entre as nações durante a gestão do então primeiro-ministro, Shinzo Abe.
Durante o evento, o primeiro-ministro Narenda Modi afirmou: “Progresso, prosperidade e pareceria são a base das relações Índia-Japão. Nós estamos comprometidos em providenciar todo o suporte das companhias japonesas dentro da Índia”.

Após a visita à Índia, o primeiro-ministro Fumio Kishida seguiu para o Camboja que atualmente preside a ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático).
O Japão já investe na esfera social, mas principalmente em infraestrutura como estradas, tratamento de água, portos, pontes, estações de energia. A balança comercial entre Japão e Camboja se manteve estável em US$ bilhões, mesmo durante a pandemia.
Fontes: Reuters, Japan Today, India Times, Ministério das Relações Exteriores do Japão, Camboja News, NHK
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