A pesquisa mensal realizada pelo Gabinete do Primeiro-Ministro revelou que a confiança do consumidor japonês caiu em fevereiro pelo terceiro mês consecutivo e atingiu seu pior patamar desde maio de 2021.
A queda registrada foi de 1,4 pontos chegando aos 35,3 pontos. O índice estabelecido pelo governo é uma perspectiva da confiança do consumidor japonês com expectativa de seis meses.
Se a confiança estiver abaixo dos 50 pontos, então os pessimistas superam os otimistas.

Desde a disseminação da variante omicron em dezembro de 2021, a confiança dos consumidores vem sendo abalada pelo alto número de contágios, consequentemente, mais pessoas afastadas de seus trabalhos.
A indústria japonesa, por exemplo, em especial a automobilística, registrou queda de 1% de produtividade por licença médica de trabalhadores infectados e dispensa aos colegas com que o profissional teve contato.
Pandemia de COVID-19 no Japão
A variante omicron segue contaminando centenas de milhares todos os dias no Japão. Apesar da vacinação de duas doses ter alcançado 80% da população, pouco mais de 15% recebeu a dose de reforço.
E mesmo com diversas prefeituras em estado quase emergência, o número de casos diários não foram reduzidos e também não aumentaram de forma exponencial. Contudo, a situação não está controlada.

O primeiro-ministro Fumio Kishida anunciou nesta quinta-feira, 3 de fevereiro, a inclusão de 18 prefeituras no estado de pré-emergência até o dia 21 de março. No total, 31 prefeituras deverão manter medidas restritivas para diminuir o contágio.
A quantidade de hospitalizações ainda é alta e o sistema de saúde está fortemente pressionado com a quantidade de pessoas precisando de atendimento, o que traz incerteza na atividade econômica e na capacidade de lidar com a crise.
Guerra na Europa
A guerra na Europa é uma crise que foge ao controle de todos e as consequências econômicas do confronto na Ucrânia. O Japão acompanhou os países do G7 e anunciou uma série de sanções contra a Rússia.
Nesta quinta-feira, 3 de fevereiro, o Japão anunciou que congelou os ativos de quatro bancos russos em ato conjunto com os países da União Europeia. Embora as consequências econômicas já sejam sentidas por Moscou, não se limitarão as fronteiras russas.

Segundo os dados da pesquisa, 91,7% dos japoneses entrevistados acreditam que os preços subirão ainda mais, que já é a taxa mais alta desde abril de 2013. E eles estão certos. Rússia e Ucrânia são dois importantes exportadores de petróleo e alimentos.
Além disso, em um mundo globalizado e com economias intrinsicamente codependentes, é impossível isolar o país com a maior extensão territorial do planeta sem que isso afete os demais países que dependem de tecnologia, energia e fertilizantes agrícolas da Rússia.
A Rússia não é um grande parceiro comercial do Japão, mas o efeito no preço do barril do petróleo que chegou a ser cotado na casa dos US$ 120,00 será sentido no bolso das empresas e dos consumidores do mundo inteiro.
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Variáveis imprevisíveis
A guerra na Ucrânia elevou não só o preço do petróleo e de matéria-prima, como derrubou bolsas mundo afora, derrubou a economia russa de forma que alguns analistas consideram como perigosa e trouxe incerteza ao mercado financeiro.
Comentando sobre a situação global, um oficial do Gabinete do Primeiro-Ministro disse: “O preço do petróleo e outros materiais subiram muito desde a invasão russa a Ucrânia. Ademais, acompanhamos de perto as tendências epidemiológicas da pandemia e a alta dos preços”.

A queda na confiança do consumidor japonês em fevereiro foi de 1,4 pontos, menor do que em janeiro (caiu 1,8 pontos). O governo classificou a confiança dos consumidores como fraca desde janeiro de 2021.
Para a realização da pesquisa foram convidadas 8.400 famílias das quais 2.267 das pessoas vivem sozinhas. No total, 6.659 pessoas, 79,3% dos convidados responderam à pesquisa mensal sobre as perspectivas para os próximos 6 meses.
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