Cerca de 70 homens japoneses de idades entre 20 e 60 anos se candidataram como voluntários para combater a Rússia. Eles se apresentaram pouco depois de um tweet da embaixada ucraniana no Japão.
A publicação foi excluída pouco tempo depois, mas foi o suficiente para que dezenas de homens no Japão respondessem o pedido de ajuda.

Mesmo antes de declarar a formação de uma legião de voluntários estrangeiros no país, retirando as burocracias necessárias para entrar na Ucrânia, grupos paramilitares da Geórgia já estavam em território ucraniano antes da guerra ser declarada por Vladimir Putin.
Já, os primeiros voluntários japoneses se alistaram na embaixada ucraniana em Tokyo, mas o órgão decidirá se os enviará ou não, em uma decisão que será tomada em conjunto com o governo japonês.
Ex membros da SDF
De acordo com fontes de uma empresa que presta serviço a embaixada ucraniana em Tokyo, a embaixada recebeu a ficha de 70 voluntários para combaterem ao lado dos ucranianos contra a Rússia.
50 japoneses são ex membros da SDF e 2 da Legião Estrangeira
Entre os voluntários, consta que 50 deles são ex-membros da SDF (Self-Defense Forces) e outros 2 candidatos têm experiência militar pela Legião Estrangeira, uma ramificação do exército francês que aceita quaisquer estrangeiros em suas fileiras.

Não há informações se os outros 18 voluntários tenham alguma experiência militar.
Consultas entre oficiais da embaixada ucraniana com e do Ministério do Exterior do Japão deverão começaram na quarta-feira, 2 de março.
Ao que tudo indica, o governo da Ucrânia está disposto a pagar pelos serviços de estrangeiros prestados contras as forças invasoras, contudo, os voluntários japoneses responderam ao chamado por motivações próprias.
Posição do governo japonês
Questionado sobre os candidatos japoneses para a luta na Ucrânia, o governo japonês informou que assinou um acordo de imigração no mais alto nível para receber ucranianos refugiados da guerra.

Yoshimasa Hayashi, ministro das Relações Exteriores, informou em coletiva de imprensa: “Estamos cientes que a embaixada ucraniana do Japão pediu por voluntários na guerra, contudo, pedimos aos nossos cidadãos que não vão para a Ucrânia.
No partido governista, o LDP (Liberal Democratic Party), houve dissidências sobre a questão. Hiroyuki Miyazawa, diretor da Divisão Nacional de Defesa defendeu que o Japão deve permitir que cidadãos japoneses irem.
Nação pacífica não pode enviar tropas
“Nossa Constituição nos coloca em uma posição de nação pacífica, portanto, o Japão não pode enviar tropas ou suprimentos bélicos para a Ucrânia.
Respeito
Dada as circunstâncias, devemos respeitar a vontade daqueles que querem se unir aos ucranianos. Devemos prestar nossos respeitos aos que têm essa aspiração”, disse Hiroyuki em reunião do partido no dia 2 de março.
Contra argumento da autorização de voluntários japoneses
O discurso do diretor da Divisão de Defesa Nacional, Hiroyuki Miyazawa, não convenceu todos seus colegas do LDP. Seishiro Eto, 80, presidente da Comissão de Pesquisa para Relações Exteriores do partido, defendeu o oposto.
Questão delicada
De acordo com o Eto, o Japão não pode autorizar esse tipo de ‘exportação’ porque a questão não se limitará a Ucrânia: “Se situações similares acontecerem e outros países solicitarem do Japão um exército de voluntários, nós não seremos capazes de dizer não”.

Seu opositor, Miyazawa, acredita que para além da questão ucraniana, se houver entusiasmo entre os cidadãos japoneses em uma situação de emergência em Taiwan, o governo do país não será capaz de impedi-los.
Ainda não se sabe se os defensores da ideia do governo permitir que voluntários japoneses vão para a Ucrânia fizeram o cálculo político dos riscos associados, especialmente se o governo do Japão, de maneira pública, autorizar o envio de ex membros da SDF para combater os russos.
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Ajuda japonesa à Ucrânia
De acordo com a embaixada da Ucrânia no Japão, o país recebeu JP¥ 2 bilhões (US$ 17,4 milhões) de mais de 60 mil japoneses. O bilionário Hiroshi Mikitani doou JP¥ 1 bilhão (US$ 8,65 milhões) para Kiev.
O primeiro-ministro Fumio Kishida também confirmou que o país receberá refugiados, a prioridade será receber ucranianos com parentes que vivem no Japão, mas é esperado que todos sejam elegíveis, dado a gravidade da situação.

Atualmente, o Japão autoriza a chegada máxima de 5 mil voos internacionais por dia no país, mas Kishida informou que refugiados da Ucrânia não serão incluídos no limite de voos diários.
Desde o início da guerra, 870 mil ucranianos já fugiram do país. Polônia é o principal destino dos refugiados. Já, EUA e União Europeia concordaram em receber mais ucranianos.
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