Um cyber ataque no Japão foi feito contra fornecedores da Toyota e interrompe produção das fábricas. Com isso, a gigante japonesa deixou de produzir cerca de 13 mil automóveis.
Ainda não há informações sobre quem perpetrou o ataque contra os fornecedores da Toyota no Japão, mas considerando as sanções aplicados pelo governo japonês como resposta a invasão russa na Ucrânia, a Rússia está entre os principais suspeitos.

O primeiro-ministro Fumio Kishida informou que o caso será investigado. Com a paralização, 14 fábricas da Toyota e 28 linhas de produção foram afetadas, incluindo a Hino Motors no dia 1° de março.
A Hino Motors, divisão de caminhões da Toyota Motors Corp, também suspenderá as atividades em sua planta industrial na prefeitura Ibaraki. Em comunicado aos clientes, a gigante japonesa se desculpou pelo inconveniente.
Aumento de ataques cibernéticos no Japão
Em geral, dada a competitividade entre nações, China, Rússia, Irã e Coreia do Norte são os suspeitos tradicionais de ataques cibernéticos em empresas e órgãos governamentais dos países do G7 e seus aliados.
Mas esses ataques são apenas parte do problema. Fato é, que nos dias de hoje, qualquer celular, tablet ou computador é uma arma em potencial para perpetrar ataques cibernéticos de qualquer lugar do mundo de forma “invisível”.

O Japão registrou 30% mais casos de cyber ataques em 2021 batendo o recorde de 137 companhias e corporações vítimas desse novo tipo de crime virtual.
Desde 2012, os dados de mais 120 milhões de pessoas foram vazados, isso é praticamente toda a população japonesa.
Ataques com malware representou praticamente a metade dos casos registrados em 2021, ou seja, 68 companhias foram vítimas desses arquivos maliciosos que podem roubar dados ou travar a operação da companhia.

Há muitos casos em que os grupos pedem resgaste como no caso da Colonial Pipeline. Em outros, os hackers só buscam reconhecimento e fama de seu nome nos fóruns da internet.
Em maio de 2021, a transportadora de combustível Colonial Pipeline que abastece 50% dos EUA teve sua operação sequestrada pelo grupo hacker DarkSide com ajuda de um malware conhecido como ransonware e foi obrigada a pagar US$ 4,4 milhões aos sequestradores.
Ataques constantes
De acordo com a NTT DATA Corporation, gigante japonesa da tecnologia da informação e responsável pela segurança digital dos Jogos Olímpicos de Tokyo 2020-2021 informou, que o evento recebeu mais de 450 milhões de tentativas de ataques cibernéticos.

“Os hackers certamente viram os jogos e seus patrocinadores com um alvo de alto valor e ao mesmo tempo com baixos riscos. Com estádios conectados, plataformas e engajamento do público se tornando normal, há uma abundância de infraestrutura de TI e dados para direcionar por uma infinidade de componentes” Andrea MacLean, NTT.
São tantas as possibilidades de invasão que é praticamente impossível determinar quem foi o autor de um ataque, a menos que o grupo se identifique, caso contrário, é mais provável que o crime fique sem respostas.
Volta a normalidade
No dia seguinte, 2 de março de 2022, as plantas da Toyota e Hino Motor voltaram a operar normalmente. As perdas das 24 horas de inatividade representaram 5% da produção mensal das fábricas.
A Kojima Industries Corp. foi atacada no dia 26 de fevereiro com um ransomware, um vírus que “sequestra” os dados criptografando-os, bloqueia o acesso do usuário e exige um resgate em criptomoedas para devolver o acesso ao sistema.

Após consulta com especialistas, a Kojima foi instruída a desligar sua conexão com as fábricas da Toyota para evitar que o grupo atingisse a Toyota Motors, o que motivou a decisão de suspender a operação das fábricas da companhia no Japão.
A situação foi contornada de uma forma ainda não detalhada pela Kojima. A indústria que fornece plástico para as linhas de produção da Toyota possui cerca de 1.600 empregados que serão procurados pelas autoridades nos próximos dias.
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Próximos passos para empresas japonesas
Segundo o porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, as empresas japonesas deverão redobrar sua atenção a cyber segurança por conta do alto risco da guerra cibernética da Rússia contra a Ucrânia se espalhar para outras nações.

Questionado se a Rússia era responsável pelo ataque em represália as sanções econômicas do Japão aplicada as instituições e pessoas russas, o primeiro-ministro Fumio Kishida disse que ainda não é possível dizer.
Agora, as autoridades japonesas precisam avaliar a extensão dos danos causados na Kojima Industries Corp. e o que foi comprometido no ataque com ransomware.
O presidente da Comissão Nacional de Segurança pública, Satoshi Ninoyu também pediu a quaisquer vítimas de semelhante ataque informem a polícia.
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