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Pandemia no Japão: Tokyo enfrenta risco de conviver com altas infecções diárias de COVID-19

Dados da situação epidemiológica atual de Tokyo aponta para um futuro com longo período de contaminações pelo SARS-CoV-2. Saiba mais

Nesta sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022, consultores de saúde pública do governo metropolitano de Tokyo informaram, que de acordo com os dados sobre a pandemia no Japão, a capital do país enfrenta um grande risco em ter de conviver com altas infecções.

Foram criados 4 níveis de alerta de infecções para a pandemia de COVID-19 no Japão.

Segundo os especialistas, Tokyo já está no nível 3 e os dados apontam grande número de contaminações pelo SARS-CoV-2 diários de forma prolongada.

Com a chegada da variante omicrom ao Japão, as contaminações na prefeitura de Tokyo aumentaram vertiginosamente em relação ao ano inteiro de 2021. Foto por: Kiyoshi Ota, Bloomberg
Com a chegada da variante omicron ao Japão, as contaminações na prefeitura de Tokyo aumentaram vertiginosamente em relação ao ano inteiro de 2021. Foto por: Kiyoshi Ota, Bloomberg

No dia 23 de fevereiro de 2022 foram notificados 13.056 casos na prefeitura de Tokyo, um aumento de 0,9 vezes em relação à semana anterior.

Entre os contaminados, 4.172 foram hospitalizados, um aumento de 18 pessoas em relação à semana anterior.

O monitoramento do governo metropolitano de Tokyo alertou para o que chamou de “disseminação de infecções em larga escala”. Com o aumento dos casos, uma em cada 80 pessoas da prefeitura contraiu ou ainda está com COVID-19.

Pessoas em situação de rua não vacinadas

A cobertura vacinal do Japão avançou surpreendentemente bem e praticamente 80% da população recebeu duas doses de imunizantes.

No entanto, apenas 30% da população em situação de rua, os homeless de Tokyo, receberam alguma dose de vacina.

Conforme mostrou um registro improvisado pelo grupo Nojiren em um parque de Shibuya durante uma distribuição de comida para a população em situação de rua.

Em geral, grupos organizados da sociedade civil para prestar assistência a pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade tem dados mais concretos do que os dados do que o próprio governo japonês, uma simbiose de políticas públicas para o acolhimento  desse grupo social fracassadas, somada a questões éticas própria do país em não buscar ajuda, seja da família, amigos ou o estado
Em geral, grupos organizados da sociedade civil que prestam assistência a pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade, tem dados mais concretos do que os dados do que o próprio governo japonês, uma simbiose de políticas públicas para o acolhimento desse grupo social fracassadas, somada a questões éticas própria do país em não buscar ajuda, seja da família, amigos ou o estado

83 pessoas foram atendidas pela Nojiren e entrevistadas, 55 informaram que estavam vivendo nas ruas atualmente, destes, 70% (42 pessoas) afirmaram que não receberam nenhuma dose de imunizantes contra a COVID-19.

O motivo eram os mesmos, medo das reações ou não ter tido a oportunidade de se vacinarem. Além disso, dos 83 participantes, apenas 48 conseguiram receber o auxílio de JP¥ 100.000,00 (US$ 865,24) do governo.

Pobreza penalizada

Das 83 pessoas que responderam às perguntas da Nojiren, 63 delas disseram não receber nenhum suporte do serviço social da capital japonesa (a exceção dos que conseguiram auxílio financeiro).

E 35 delas se declararam como trabalhadores diários ou irregulares. Esse grupo não solicitou o auxílio por considerarem que estão trabalhando, ainda que seu salário não seja suficiente para cobrir suas necessidades básicas.

Das pessoas em situação de rua entrevistadas, 70% disseram não terem sido vacinados por medo das possíveis reações dos imunizantes ou por falta de oportunidade em vacinarem-se
Das pessoas em situação de rua entrevistadas, 70% disseram não terem sido vacinados por medo das possíveis reações dos imunizantes ou por falta de oportunidade

Esse trabalho da Nojiren foi supervisionado pelo professor de sociologia da Tokyo University, Masato Kimura. Ele afirmou que a ajuda não chega aonde é necessário e que o estado deve ir em auxílio daqueles que perderam suas casas.

Também cobrou das autoridades auxílio, suporte e presença nos atos realizados por grupos de suporte a pessoas em situação de rua e de risco, dado o aumento das contaminações e a alta exposição que essas pessoas são expostas.

Campanha de vacinação acelerada no Japão

A ministra encarregada pela campanha de vacinação no Japão, Noriko Horiuchi, assumiu a posição para dar uma resposta a oposição política do país, que denuncia a lentidão da administração em aumentar a cobertura de reforço a sociedade.

A variante omicron é altamente transmissível, até mesmo para pessoas que receberam três doses de imunizantes contra a COVID-19, e pode levar a casos graves em pessoas com duas doses.

Em geral, quando pessoas com três doses se contaminam com a COVID-19 tendem a apresentar sintomas leves da doença. Quanto mais pessoas imunizadas, menor o tempo de recuperação e menores os riscos a vida.

Ministra responsável pela campanha nacional de vacinação contra COVID-19, Noriko Horiuchi, fará parte do gabinete do primeiro-ministro Fumio Kishida, liberando o Ministro Taro Kono da função de coordenar a imunização após críticas da oposição e da opinião pública
Ministra responsável pela campanha nacional de vacinação contra COVID-19, Noriko Horiuchi, fará parte do gabinete do primeiro-ministro Fumio Kishida, liberando o Ministro Taro Kono da função de coordenar a imunização após críticas da oposição e da opinião pública

Portanto, o trabalho de Noriko Horiuchi, nome escolhido entre figuras como o Ministro da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, Shigeyuki Goto para substituir Taro Kono na campanha de vacinação, é fundamental para a retomada econômica do país.

Uma pesquisa realizada pela Kyodo News com 1.054 eleitores japoneses revelou que 73,5% dos entrevistados acreditam que a campanha de vacinação no Japão está indo muito devagar.

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Restrições na fronteira deverão ser flexibilizadas

Apesar da vacinação de reforço na população esteja caminhando a passos curtos, o Japão não deverá, ao menos em curto prazo, voltar aos estados de emergência que derrubaram a economia do país durante as 5 ondas anteriores de COVID-19.

A abertura das fronteiras também deverá ser maior na próxima semana, isto é, a partir de março, passando de 3.500 voos diários para 5.000 voos diários internacionais, aliviando assim o setor de turismo e serviço de bares e restaurantes.

As regras de quarentena poderão ser alteradas a depender da situação epidemiológica dentro e fora do Japão, mas por hora as fronteiras deverão abrir para turistas internacionais a partir de março com a entrada de 5 mil aeronaves por dia
As regras de quarentena poderão ser alteradas a depender da situação epidemiológica dentro e fora do Japão, mas por hora as fronteiras deverão abrir para turistas internacionais a partir de março com a entrada de 5 mil aeronaves por dia

Para turistas vindo de países como Austrália, Espanha, Tailândia, Filipinas e EUA, não há necessidade de cumprir tempo de quarentena ao chegar no Japão.

Já para países como Reino Unido, Egito, França, Alemanha, Itália, Suécia, Dinamarca, Nepal, Noruega, Paquistão e Uzbequistão, o período de quarentena caiu de seis dias para três dias.

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