Mais de 370.000 pessoas aguardam para entrar no Japão quando as medidas restritivas severas caírem. Por causa da pandemia de coronavírus, as fronteiras estão fechadas e isso causou uma separação entre pessoas e uma série de problemas.
Fronteiras fechadas do Japão e seus problemas

Segundo a reportagem do Japan Today, Yanita Antoko, 30 anos, está esperando há mais de um ano na Indonésia para se juntar a seu marido.
Seu marido é da Indonésia, mas mora e trabalha na região central do Japão como engenheiro.
Ela conta que estar separada do marido é frustrante, já que quando você casa, o próximo passo é ter filhos, mas por causa das restrições severas não consegue estar junto de seu esposo, morar com ele e tentar ter filhos.
Sua documentação está em dia, mas está impedida de entrar no país desde o começo da pandemia. Ela é uma das mais de 370.000 pessoas que esperam autorização para desembarcar no país.
Limbo de espera
Eles estão em uma espécie de limbo, enquanto o Japão mantém uma restrição severa para novas chegadas internacionais.
Até o momento não há indícios de que ocorrerá abertura, como já fizeram os países que compõem o G7.
Então, turistas, pessoas que precisam viajar a negócios, trabalhadores estrangeiros, estudantes e seus dependentes estão esperando uma oportunidade.
O primeiro-ministro Fumio Kishida prolongou as medidas atuais até o final do mês de fevereiro e sua decisão tem aprovação popular.

Mas, apesar desta atitude ser esperada por conta dos surgimentos de novas variantes pelo mundo, faz com que pessoas sofram em uma espécie de limbo longe de seus afetos, oportunidades de emprego, carreira acadêmica, entre outros.
Carreiras ameaçadas
O jovem do Nepal de 28 anos chamado Santosh que não quis divulgar seu sobrenome, tem diploma em negócios no Japão, fala a língua e teve uma oferta de trabalho em uma empresa japonesa no setor internacional de marketing.
No entanto, ele está sem conseguir entrar no Japão desde 2020. Este cenário é péssimo para o jovem, pois desistir desta carreira será como jogar fora todo o seu investimento em sua formação, que durou seis anos.
A estudante francesa Leeloo Bos de 21 anos tem um noivo no Japão. Para manter seus sonhos está frequentando aulas de japonês durante a madrugada por causa do fuso horário de diferença entre os dois países.
Esta rotina está sendo exaustiva com aulas que acabam 4 da manhã, além de estar separada de seu amado, sem a sua metade, como descreve para a reportagem.
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Japão sofre com falta de mão de obra internacional
O cenário é ruim não só para as mais de 370.000 pessoas que esperam entrar no país, mas para o mercado que perde mão de obra qualificada no momento em que há déficit de trabalhadores.
As empresas que precisam de expertise internacional fica sem recursos e isto é péssimo.
Segundo Michael Mroczek, presidente da European Business Council Japan, a expertise está em declínio.
Governo e sua posição
Do outro lado desta situação está o governo e seus representantes. Segundo defendem, o único motivo do país ter registrado apenas 18.500 mortes até agora sem nunca ter imposto um lockdown interno, se deve as medidas severas adotadas na fronteira.
No entanto, no mundo empresarial a sensação comum é de frustração com muitas críticas. No mundo acadêmico, muitos estudantes estão desistindo dos planos de ser formar no Japão e escolhendo outros países, como Coreia do Sul.
Fonte: Japan Today, AFP.
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