Seres místicos e mitológicos existem em todas as culturas, porém, uma múmia de sereia japonesa se manteve preservada no templo de Enjuin na cidade de Asakuchi, prefeitura de Kochi.
Agora, cerca de 286 anos depois, pesquisadores da Kurashiki University of Science & The Arts, prefeitura de Okayama, e pesquisadores de outras instituições irão investigar pela primeira vez a criatura.

A pequena múmia de sereia japonesa de cerca de 30 cm foi levada por seu guardião e monge líder do templo Enjuin, Kozen Kuida, de 60 anos no dia 2 de fevereiro do hospital veterinário da instituição.
A expectativa é que os investigadores revelem suas descobertas por volta do próximo outono, ou seja, entre setembro e novembro de 2022. Por enquanto, o que o curioso ser realmente é permanece uma incógnita.
Origens da sereia japonesa
A origem da sereia japonesa é um mistério. Só é possível especular o que realmente aconteceu e somente as pesquisas poderão dar conta de responder as perguntas fundamentais desse ser mitológico.
Ao que tudo indica, a sereia foi encontrada morta por pescadores na costa da província de Tosa, atual Kochi entre 1736 e 1741. Depois de encontrada, foi colocada em uma caixa de madeira com uma carta sobre o fato.

A múmia foi comprada pela família Kojima, estabelecidos em Bingo-Fukuyama, atual Hiroshima, especificamente ao leste da prefeitura. Mas durante o período Meiji a pequena sereia foi vendida ou passada a outros proprietários.
Como o pequeno ser chegou ao templo também é um mistério. Contudo, fazem apenas cerca de 40 anos que foi exposto ao público em uma caixa com tampa de vidro, mas hoje é mantido em uma sala especial para evitar a deterioração.
Amuleto de sorte
A ideia de estudar a múmia sereia surgiu de Hiroshi Kinoshita, 54 anos, e membro da Okayama Folklore Society quando ele teve acesso a uma fotografia do ser enquanto estudava um trabalho realizado pelo historiador Kiyoaki Sato.
É creditado a Sato a primeira enciclopédia japonesa classificando yokais, ghouls e outros seres mitológicos e fantásticos do Japão.
Quando Hiroshi Kinoshita descobriu a existência da múmia, convocou os responsáveis do templo e da universidade para maior investigação.

Outra descoberta interessante é que talvez outras múmias de sereias tenham existido e foram utilizadas como amuletos de sorte nas regiões do Monte Koyasan em Wakayama e na ilha de Amami Ōshima em Kagoshima.
O guardião da múmia sereia japonesa, Kozen Kuida, também acredita no poder do pequeno ser mitológico em afastar as pragas: “Nós oramos a ela esperando que isso ajudaria a aliviar a pandemia de COVID-19, mesmo que um pouco”, afirmou o monge.
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Chimera japonesa
De acordo com Takafumi Kato, professor especializado em paleontologia e responsável pela identificação morfológico informou, a parte superior é uma espécie de macaco, enquanto a parte inferior pode ser classificada como a de um salmão.
Estão sendo realizadas pesquisas sobre a biologia molecular e análises de DNA para compreender melhor a pequena múmia que está em excelente estado de conservação.
Para além das ciências biológicas e exatas, uma pesquisa sobre estudos folclóricos também está sendo realizado com o apoio do Kurashiki Museum of Natural HIstory, a instituição intermediadora entre o templo Enjuin e a Kurashiki University of Science & The Arts.
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