Dados divulgados pelo Ministério das Finanças revelou que o mês de janeiro de 2022 registrou o maior déficit no comércio exterior do Japão nos últimos 8 anos. O aumento do custo da energia foi visto como o maior responsável.
A explosão de infecções pela variante omicron também foi crucial para o resultado, mesmo com 79,5% da população com duas doses da vacina e 10,4% com a dose de reforço.

Mas, o aumento nos preços dos combustíveis e derivados de petróleo, moeda mais enfraquecida e as políticas de juros dos EUA também foram grandes vilões para importações japonesas.
Com a marca de janeiro, o Japão atravessa seu sexto mês de déficit em sua balança comercial. Os números foram apresentados na quinta-feira, 17 de fevereiro. Confira.
Comércio exterior do Japão: o pior saldo em oito anos
O relatório preliminar do Ministério das Finanças do Japão apontou que o país teve um déficit de JP¥ 2,19 trilhões (US$ 19 bilhões) em sua balança comercial , isto é, comprou do exterior mais do que vendeu.
Embora não tenha superado a marca de janeiro de 2014 quando o déficit atingiu JP¥ 2,80 trilhões (US$ 243,6 bilhões), é o pior saldo em oito anos do comércio exterior do Japão e vem na esteira de seis meses de saldo negativo no comércio exterior.

Por outro lado, as importações subiram 9,6% e atingiram JP¥ 6,33 trilhões (US$ 55 bilhões).
Os números preliminares do ministério informam que o aumento das importações nos últimos 12 meses foi de JP¥ 8,52 trilhões (US$ 74,1 bilhões), 39,6% em relação ao ano anterior.
A alta das importações para o Japão bateu recordes para o mês de janeiro considerando a série histórica iniciada em 1979. Os preços do aço e do brent (especulação do preço futuro) do pretóleo foram os maiores vilões das importações japonesas.
Balança comercial negativa
A balança comercial do Japão com a China, principal parceiro comercial do país também foi negativa.
As exportações despencaram 5,4% pela primeira vez em 19 meses e as importações subiram para um recorde de 23,7%.
Em números absolutos, as exportações japonesas para a China foram de JP¥ 1,17 trilhões (US$ 10,1 bilhões).
Enquanto as importações foram de JP¥ 2,13 trilhões (US$ 18,5 bilhões), ou seja, um déficit de JP¥ 960 bilhões (US$ 8,3 bilhões) somente com a China.

O comércio com a União Europeia também foi negativa com um aumento de 26,2% das importações, com JP¥ 870,69 bilhões (US$ 7,57 bilhões).
E um aumento de 16,1% das exportações, com JP¥ 618,04 bilhões (US$ 5,37 bilhões), ou seja, um déficit de JP¥ 252,65 bilhões (US$ 2,19 bilhões).
As exportações do Japão para os países asiáticos fecharam em JP¥ 3,58 trilhões (US$ 31,1 bilhões), um aumento de 6,3%.
E as importações aumentaram 29,1% e fecharam em JP¥ 4,18 trilhões (US$ 36,3 bilhões), um déficit de JP¥ 600 bilhões (US$ 5,2 bilhões).
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Perspectiva de melhores indicadores
O único superávit foi no comércio com os EUA. As exportações cresceram 11,5% e atingiram JP¥ 11,2 trilhões (US$ 97,4 bilhões) impulsionadas pelos semicondutores e as importações cresceram 33,4%, atingindo JP¥ 781,89 bilhões (US$ 6,8 bilhões).
Para Kazuma Kishikawa, economista da renomada Daiwa Institute of Research, a chegada da omicron no país derrubou a produção industrial de automóveis que caiu 1% em relação ao ano anterior.

“Nas fábricas de autopeças, muitos trabalhadores que tiveram contato com pessoas infectadas foram suspensas por segurança, o que acabou gerando uma queda na produção”, disse Kishikawa.
Kazuma acredita que a balança comercial deverá ser reestabelecida gradualmente a partir de abril com a vacinação.
Ademais, os principais fornecedores de petróleo do Japão são os países árabes, que não sofrem tanta flutuação nos preços como os EUA devido à crise na Ucrânia.
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