No sábado, dia 08 de julho completará 1 ano do assassinato do primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe, 67 anos (1954-2022).
A tragédia jogou luz para os problemas em relação a ligação de políticos com a Igreja da Unificação no país. Segundo informações do Kyodo News, o atual primeiro-ministro Fumio Kishida (LDP) e a viúva de Abe comparecerão no templo budista Zojoji em Tokyo para prestar homenagens.

Relembrando os acontecimentos, o político dava um discurso na rua para apoiar um candidato do partido LDP quando foi atingido por um tiro de uma arma caseira disparado por um homem.
Ele foi assassinado pelas ligações com a Igreja da Unificação, pois seu avô, o político Nobusuke Kishi ajudou o estabelecimento da igreja da Coreia do Sul no país em 1968.
Mudanças na política japonesa
A tragédia fez com que houvesse mudanças na Câmara com desaprovação pública e partidária de políticos que estivessem envolvidos com a igreja. Fumio Kishida enfrentou uma resistência histórica.

Alguns parlamentares do partido LDP (Partido Liberal Democrata) foram expulsos, além de um lei ter sido implementada proibindo que organizações ajam de forma perniciosa e maliciosa para obter doações. Isso ocorreu cinco meses após o assassinato.
A legislação foi aprovada para evitar que novas vítimas surgissem dentro de grupos religiosos, mas que foi criticada pelos advogados que costumavam tratar deste tipo de caso, afirmando que a lei foi aprovada de forma precipitada.
Segundo estes especialistas, existem muitas brechas e deficiências, sendo um recurso de pouca ajuda para a maioria das vítimas que foram extorquidas.
Estes tipos de organizações religiosas atuam no Japão fazendo vendas espirituais onde os fieis são convencidos a comprar itens variados a preços exorbitantes em troca de perdão de suas almas pelos pecados cometidos.
Já abordamos por aqui a prática e os métodos da Igreja da Unificação no Japão, se não viu, leia também: Igreja da Unificação: as polêmicas da coleta de dinheiro no Japão
A legislação japonesa aprovada pela Câmara bane que os grupos religiosos confundam seus fieis usando táticas com uso de medo, o que não abrangeria as vítimas que ofereceram seus dinheiros após sofrer lavagem cerebral.
Medidas anunciadas
O atual líder do partido LDP é o primeiro-ministro Fumio Kishida que passou a investigar a Igreja da Unificação chegando a pedir que o grupo não tenha mais o status de grupo religioso fazendo com eles paguem impostos.
Se for provado que eles violaram as leis japonesas e tenham causado dano público, o grupo pode ser dissolvido no Japão.
LDP está sem líder conservador
Além disso, a figura de Abe ainda não foi substituída na política. Ele era o grande representante dos conservadores, enquanto Fumio Kishida é visto como liberal não tendo aprovação da base conservadora do partido, que ficou sem seu líder.
Polêmicas do funeral de Shinzo Abe
Inclusive, Kishida foi duramente criticado ao realizar o funeral do político sem aprovação parlamentar a um custo de 1.2 bilhões de ienes tirados dos impostos, fazendo sua popularidade cair.
Este assunto ainda reverbera na mídia japonesa com informações dos custos ainda em processo de divulgação, com expectativas de terminar em agosto deste ano.
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