O primeiro-ministro do Japão Fumio Kishida afirmou para a mídia na quarta-feira, 31 de agosto, que o partido liberal democrata (LDP) não terá mais nenhuma ligação com a Igreja da Unificação.
Política japonesa passa por crise
A política no Japão passa por um momento de crise com as pessoas desacreditadas dos políticos e partidos.
Isso porque após o assassinato do ex-premier Shinzo Abe, as formas de atuação da igreja no Japão com vendas espirituais vieram à tona, gerando uma onda de criticismo e escrutínio público.
Fumio Kishida se pronunciou oficialmente
Kishida afirmou em coletiva que tem consciência que a negatividade vem deste tema. Por isso, ele pediu desculpas pelo partido LDP ser alvo de desconfianças e especulações.
Além de Abe, a mídia japonesa revelou que outros membros mantinham algum tipo de relação com a igreja.
Os métodos de coleta de dinheiro no Japão vieram à tona pelo grande público, já que o assassino de Abe, Tetsuya Yamagami, alegou que sentia raiva do político pelas suas ligações com o grupo após ver um vídeo de Abe ter sido veiculado em uma das reuniões online da igreja.
Sua mãe é uma seguidora e ao longo dos últimos anos deixou a família em situação de pobreza, devido as doações feitas. Este cenário é muito parecido com muitas outras famílias de seguidores no país.
Já fizemos um artigo completo abordando estes métodos aplicados no Japão, se não viu, leia também:
Igreja da Unificação: as polêmicas da coleta de dinheiro no Japão
Além da declaração e promessa de Fumio Kishida, o secretário geral Toshimitsu Motegi afirmou que a decisão do partido LDP é o de não manter nenhuma relação com a igreja da unificação, agora conhecida como Federação Família para um Mundo de Paz e Unificação. Os membros que não entenderem isso, não deverão mais fazer parte do partido.
As declarações foram feitas pelo primeiro-ministro após completar seu expediente, depois de ter ficado isolado por 10 dias devido a uma infecção de coronavírus.
Já fazia um tempo que o político recebia pressão para um posicionamento mais firme quanto o assunto. Antes disso, já havia afirmado que sete ministros tinham recebido punições, incluindo o irmão de Abe, Nobuo Kishi.
Uma investigação minuciosa deve ocorrer dentro do partido LDP para identificar se mais políticos sabiam dos métodos, mas mesmo assim ignoraram as práticas ilegais.
Jun Azumi, líder do partido Democracia Constitucional Democrática do Japão afirmou que a declaração veio em boa hora.
Fonte: NHK, CBS, Reuters.
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