Nesta quinta-feira, 17 de março de 2022, o ministro da Defesa do Japão, Nobuo Kishi, inaugurou uma nova unidade na SDF (Self-Defense Force) dedicada a defesa cibernética e do cyber espaço do Japão.
A primeira unidade de defesa cibernética da SDF dará início as suas operações com 540 soldados preparados para capacitar mais ativos a unidade, realizar atividade prática e gerenciamento das comunicações e de dados.

Criar uma unidade voltada para a guerra cibernética é fundamental para a defesa nacional e o Japão está aumentando suas capacidades militares, o que inclui a divisão de guerra eletrônica. Seu desenvolvimento acontece há anos em parceria com as forças armadas dos EUA.
A cerimônia de inauguração aconteceu no Ministério da Defesa em Tokyo. A bandeira da nova unidade foi entregue pelo ministro Nobuo a seu comandante, o major-general Kimura Akitsugu da GSDF (Ground Self-Defense Force).
Guerra cibernética
Após a queda da URSS no natal de 1991, a natureza da guerra no mundo mudou e os fronts de batalha foram se expandindo conforme os processos de desenvolvimento tecnológico e da globalização avançavam.
A guerra cibernética, contudo, não é um fenômeno novo, em verdade, o setor militar é o que mais desenvolve pesquisa tecnológica para obtenção de vantagem no campo de batalha, e, desde a segunda guerra mundial, a computação é usada para a guerra.

Os desafios do século XXI, no entanto, são infinitamente maiores do que um dia foi a competição entre duas grandes superpotências, EUA e URSS. A segunda década do século XX revelou um exército de hackers vinculados ou ao dinheiro, ou a ninguém.
Muitos grupos hacker se associam para atacar um alvo específico e é praticamente impossível descobrir a origem dos ataques. Por isso, os países que dispõem de recursos para, estão investindo em segurança cibernética.
Ameaças mais sofisticadas
Durante o lançamento da unidade de defesa cibernética de SDF, o ministro da defesa Kishi Nobuo disse aos repórteres presentes que expandir a defesa cibernética é um passo firme na direção da superioridade da segurança do ciberespaço do Japão.
“As ameaças de cyber ataques estão aumentando e ficando cada vez mais sofisticada. Enfrentamos a urgência da tarefa de responder apropriadamente a elas, reorganizando nossas unidades defesas em direção ao futuro”, disse Nobuo.

Os campos do cyberespaço, o espaço e tecnologias do espectro magnético são as novas pedras angulares do equilíbrio militar entre as nações, são esferas os quais o Japão vem investindo e aumentando suas capacidades.
Os militares que farão parte da nova unidade de defesa cibernética atuavam separadamente nos ramos da SDF, isto é, forças terrestres, marítimas e aéreas.
Sob o novo guarda-chuva, os operadores serão o alicerce digital de todas as frentes do país.
Nações na vanguarda da guerra eletrônica
É incomum um país em condições normais não terem uma unidade de defesa cibernética, seja ela de conhecimento público ou secreta. Mas alguns países sem dúvidas estão na vanguarda desse tipo de campo de batalha.
Especialistas apontam que Israel é o país mais com a defesa cibernética mais bem preparada do mundo, contudo, é difícil medir quem tem as melhores capacidades, dado a dificuldade em rastrear o agressor e a questão do sigilo governamental.

Contudo, as principais e mais avançadas unidade de defesa cibernética são Reino Unido, EUA, Rússia, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Paquistão, Índia e Irã. Outros países da OTAN também deverão chegar aos padrões dos líderes da aliança.
Mesmo com essa formidável força de defesa do ciberespaço, é preciso reconhecer que a ameaça de grupos hackers interessados em dinheiro ou no caos para se promoverem no nicho são tão perigosos quanto unidades militares das nações mais poderosas.
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Aplicações da segurança cibernética
A segurança cibernética está presente no dia a dia da sociedade, mas pouco se fala sobre o assunto – e aí que há um problema estrutural. A ausência de conhecimento técnico e sobre os riscos do ambiente digital, muitas pessoas e empresas caem nas mãos de hackers.
Os crimes digitais estão em franca ascensão. Porém, além de documentos e dados pessoais, toda a funcionalidade da vida moderna está vinculada ao ciberespaço. Uma usina nuclear, por exemplo, é integrada a rede digital.

As comunicações, sistemas, dados e fundos bancários, previdência social, sistema de saúde, transportes, enfim, toda a vida moderna está vinculada a internet.
Nos EUA, ataques hacker já são considerados como possíveis armas de destruição em massa.
Afinal, um ataque as redes de energia deixariam milhões de pessoas sem acesso a uma série de serviços básicos por tempo indeterminado gerando caos social.
Caos esse que também pode ser explorado a partir dos dados de usuários via eleições e manifestações, por exemplo.
A unidade de defesa cibernética é essencial ao Japão para manter sob controle a funcionalidade de sua sociedade contra elementos externos, sejam eles nações rivais ou grupos criminosos.
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