Procuradores do Japão indiciaram 34 legisladores de Hiroshima por compra de voto no caso do casal Kawai. Os políticos aceitaram propina do ex-ministro da Justiça, Katsuyuki Kawai para votarem em favor de sua esposa, Anri Kawai a uma vaga Câmara dos Conselheiros.
De acordo com os procuradores da Tokyo District Public Prosecutors Office, Katsuyuki Kawai distribuiu cerca de JP¥ 28,7 milhões (US$ 248.886,04) para cerca de 100 pessoas. Os 34 políticos indiciados admitiram ter recebido a propina de Kawai.

O caso contra o ex-ministro da Justiça do Japão, Katsuyuki Kawai, e sua esposa, a parlamentar da Câmara dos Conselheiros (Câmara Alta), Anri Kawai, veio a público em no começo de maio de 2020.
Um mês depois, no dia 13 de junho de 2020, Katsuyuki e Anri deixaram o LDP (Liberal Democratic Party). Pouco tempo depois o ex-ministro foi preso e Anri teve a suspensão da sentença.
Katsuyuki e Anri Kawai
No dia 21 de outubro de 2021, Katsuyuki Kawai abandonou sua defesa, admitiu a compra de votos em favor de sua esposa, Anri Kawai.
“Decidi cumprir minha sentença o mais rápido possível. Sou o único a quem culpar neste escândalo e estou determinado a assumir toda a responsabilidade”, disse Katsuyuki na data.

Por sua vez Anri Kawai foi sentenciada a cinco anos de prisão por conspiração, foi obrigada a renunciar a cadeira na Câmara dos Conselheiros da Dieta, mas teve pena suspensa.
Em janeiro de 2022, a ex parlamentar deu entrada no hospital por overdose de remédios para dormir.
Segundo os investigadores, os 100 beneficiários do esquema receberam quantias que iam de JP¥ 50 mil (US$ 433,45) a JP¥ 3 milhões (US$ 26 mil) para membros e antigos membros da Assembleia Municipal de Hiroshima e da Assembleia Provincial de Hiroshima.
Public Offices Election Act
A Tokyo District Public Prosecutors Office, o Ministério Público do Japão, conseguiu provar que o casal Kawai realizou compra de votos em 2019 para que Anri fosse eleita como representante de Hiroshima na Câmara dos Conselheiros.
Uma nova investigação especial em julho de 2021 sobre o caso optou por não indiciar nenhuma das cerca de 100 personalidades envolvidas na violação das leis eleitorais do Japão, a Public Offices Election Act.

Contudo, um grupo organizado de cidadãos entrou com um pedido contrário a decisão dos procuradores. Em janeiro de 2022, a Tokyo N° 6 Committee for the Inquest of Prosecution anunciou que seria ‘apropriado’ indiciar 35 dos 100 envolvidos, mas indiciaram ao final foram 34.
Posteriormente, um comitê da Tokyo N° 6 Committee for the Inquest of Prosecution adicionou mais 46 indivíduos a lista. Agora, a Tokyo District Public Prosecutors Office terá de abrir uma nova investigação especial para os 81 acusados.
O caso envolvendo os 34 indicados após o pedido de suspensão da sociedade civil foi transferido para Hiroshima District Public Prosecutors Office. Entre os investigados há um prefeito, seis membros da prefeitura e 10 membros do município.
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Os 19 restantes

Com exceção de uma pessoa que não foi indiciada no foro de Hisroshima, o painel do governo recomendou que por hora não é apropriado indiciar as outras 19 pessoas que aparecem no esquema de compra de votos.
De acordo com a lei eleitoral japonesa, a Public Offices Election Act, as sanções previstas ao crime de suborno são três anos de reclusão e multa de no máximo JP¥ 500 mil (US$ 4.335,08), além da perda do cargo e proibição de cinco anos para se candidatar a cargos públicos.
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