Nesta quinta-feira, 15 de março de 2022, a bolsa de valores japonesa Tokyo Stock Exchange encerrou em alta ao meio da queda do preço do barril de petróleo com um possível acordo entre Rússia e Ucrânia e uma reunião da US Federal Reserve.
Nos últimos dias, o iene se desvalorizou em relação ao dólar. A moeda japonesa chegou a ser negociada em JP¥ 118,24, o maior valor desde janeiro de 2017.

Na ocasião, houve um conflito entre as políticas do FED americano e o BoJ (Bank of Japan). Hoje, é por conta da questão ucraniana e o confinamento de Shenzhen, o maior hub tecnológico da China por causa da alta de casos de COVID-19 na região.
O euro também bateu valores históricos na bolsa de valores japonesa Tokyo Stock Exchange e foi negociado a JP¥ 129,86 na segunda-feira.
Contudo, buscando mercados seguros, os títulos japoneses registraram alta em meio ao momento de incerteza global.
O preço da guerra
A guerra na Ucrânia gerou um tsunami de problemas econômicos que transbordam as fronteiras russas e já começam a serem sentidas nos demais países. A proibição de realizar negócios com a Rússia imposta pelos países ocidentais e aliados, no entanto, tem um preço.
A Rússia é o 6° maior exportador de petróleo do mundo, além disso, a Europa é depende do gás russo para abastecer suas usinas termoelétricas, fazer as indústrias funcionarem e os cidadãos não congelarem no inverno.

Não obstante, Rússia e Ucrânia são importantes produtores de grãos. Um bloqueio na Rússia gera desestabilização a muitos países (como o Brasil, por exemplo). Como se a perda humana e caos econômico não fosse mal suficiente, os riscos da guerra podem ser ainda maiores.
Por exemplo, a maioria dos países são dependentes dos fertilizantes produzidos na Rússia. Os EUA dependem do urânio russo (item que não entrou para a lista de sanções) para abastecer suas usinas nucleares, a tecnologia russa também é fundamental para muitos países.
A exemplo da cooperação entres as agências espaciais que ficaram comprometidas em meio a crise. Portanto, as incertezas dos mercados têm sua razão de ser e de buscar no que há de mais sólido, o mercado japonês.
Pandemia e disrupção comercial
As bolsas de valores do mercado asiático sofreram queda significativa por causa das restrições da de 17,5 milhões de pessoas em Shenzhen por causa de surto de COVID-19 na região.
O receio é de que a paralização de uma das principais cidades e centros econômicos da China gere problemas de abastecimento nos mercados internacionais de produtos e commodities vindas do gigante asiático.

A China segue mantendo sua política de tolerância zero ao coronavírus e vem enfrentando dificuldades com a variante omicron. Outras grandes cidades chinesas também fizeram quarentenas totais ou localizadas recentemente.
Esses fatores foram o que levaram aos investidores e fundos de investimento a investirem em ações na bolsa de valores japonesa, a Tokyo Stock Exchange, considerada a mais segura após as ações e títulos estadunidenses e da União Europeia.
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Alta nos preços negociados nas gigantes japonesas
De acordo com a Nikkei 225, ou Nikkei Stock Average, o índice da bolsa japonesa informou que as ações na Tokyo Stock Exchange tiveram alta de 0,79% nas ações negociadas na Primeira Seção com 1.826,63 pontos alta de 14,35 pontos.
O volume de negociações na terça-feira na bolsa japonesa também teve alta. Foram 1.222,08 milhões de ações negociadas nesta terça-feira, alta de 35,06 em relação a segunda-feira, 14 de março.

Com o iene fraco, as montadoras foram as que registraram maior alta nesta terça-feira:
- Subaru Corp. (7270.T): alta de 4,5% negociada a JP¥ 1.843,00;
- Nissan Corp. (7201.T): alta de 4,2% negociada a JP¥ 484,40;
- Mazda Motor Corp. (7261.T): alta de 2,4% negociada a JP¥ 813,00.
Também houveram perdas, especialmente no setor energético e tecnológico:
- Index Corp. (1605.T): queda de 6,8% negociada a JP¥ 1.297,00;
- Idemitsu Kosan Co., Ltd. (5019.T): queda de 5% negociada a JP¥ 3.235;
- SoftBank Group Corp. (9984.T): queda de 4,2 negociada a JP¥ 4.265,00.
Além dos títulos de empresas privadas, os títulos da dívida japonesa dos próximos 10 anos também registraram alta de 0,15% nesta terça-feira, um crescimento na esteira do aumento registrado também na segunda-feira nos títulos do governo de 0,205%.
Fontes: Mainichi Shimbun, Reuters
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