Desde janeiro de 2020, uma crise sanitária e epidêmica sem precedente assolou o mundo e obrigou todos os agentes sociais a se reorganizarem face aos novos desafios impostos pela pandemia de SARS-CoV-2.
Do dia para a noite, parece que tudo mudou e aquela vida pré janeiro de 2020 está cada vez mais distante na memória. Até agora, não se sabe sequer se é possível chamar a situação atual de novo normal.

Se visto de cima, a coordenação humana para readaptar, proteger e manejar a saúde pública de todas as sociedades se assemelharia a uma orquestra.
Trabalhos não essenciais foram transferidos para casa, novas relações econômicas via aplicativo e redes sociais também floresceram. Setores emergiram e outros afundaram, e mesmo em meio ao caos da pandemia, projeções do futuro começam a se tornar realidade.
Setor de serviços Hi-Tech
A pandemia atingiu o setor de serviços tradicional com excepcional violência. Toda a economia que orbita nesse setor foi igualmente castigada no Japão, em especial o segmento de bares e restaurantes, que tiveram que fechar suas portas durante meses em 2020 e 2021.
Agora, bares e restaurantes estão apostando em inovação e tecnologia ao incorporar robôs no atendimento a seus clientes. Além de reduzir a chances de contaminação e resguardar os trabalhadores, robôs entregando a comida é uma experiência a mais para os clientes.

Em um Yakiniku King (rede de restaurantes) em Tokyo com capacidade para atender 156 pessoas, dois robôs trabalham simultaneamente servindo os pedidos e agradecendo aos clientes por terem aguardado pela comida.
Os pequenos trabalhadores são programados por funcionários para servir as mesas na ordem escolhida pelo operador. Os robôs podem chegar à velocidade máxima de 60 cm por minuto (14,4 m/h) e param automaticamente quando seus sensores detectam um cliente ou funcionário.
Tendência dos grandes
As grandes redes de restaurante estão investindo em tecnologia para se adaptarem a nova realidade que alguns especialistas chamam de Era das Pandemias causada especialmente pela devastação ambiental e a mudança climática.
Os robôs utilizados nos restaurantes da Yakiniku King e Shushi & Shabu Yuzu-Na foram desenvolvidos pela Softbank Robotics Corp., e são operados pela Monogatari Corp. Até agora a Softbank produziu cerca de 360 unidades, 290 se encontram nos restaurantes citados acima.

Outras empresas também estão na corrida para conquistar espaço no mercado dos grandes, por enquanto, é improvável que os pequenos comércios possam lidar com o custo unitário do produto. O Servi da Softbank, por exemplo, custa JP¥ 5,7 milhões (U$ 50.271,20) a unidade mais os impostos.
Porém, conforme a tecnologia for se aperfeiçoando e se popularizando (o que não deverá demorar muito), será muito comum encontrar robôs do que uma pessoa entregando e servido comida no Japão.
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