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Giro de notícias do Japão: 4 de março de 2021, quinta-feira

Confira o relatório de novas infecções do coronavírus no Japão, novas variantes são identificadas e um alerta acende para a quarta onda, Grande terremoto de Tohoku completa 10 anos, casos de violência doméstica e abuso infantil aumentam e demanda pelo direito de se desconectar aumenta

Em um único post, confira uma seleção de resumos das notícias do dia saídas e traduzidas dos principais portais de notícias no Japão. Confira temas de categorias diferentes, como política, entretenimento, sociedade e mais. Se atualize e saiba o que aconteceu no país de uma vez só em poucos minutos.

COVID-19 no Japão

Nesta quinta-feira foram divulgados os dados sobre novos infectados pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 no Japão. Os dados são referentes aos testes realizados no dia 1° de março, segunda-feira.

Tokyo conduziu 9.751 testes PCR na segunda-feira em toda a prefeitura e confirmou 279 novos casos do novo coronavírus SARS-CoV-2, 37 casos a menos do relatado na quarta-feira (3). relativo aos testes conduzidos no dia 28, domingo. Dos contaminados, 143 eram do sexo masculino e 136 do sexo feminino.

Taxa de contaminação segue baixa, mas autoridades de saúde pedem cautela
Taxa de contaminação segue baixa, mas autoridades de saúde pedem cautela

Em todo o território nacional foram confirmados 1.168 novos casos de COVID-19, dos quais 398 apresentaram sintomas graves e precisaram ser hospitalizados (51 em Tokyo). Foram registrados 67 óbitos relacionados a doença.

Além da prefeitura de Tokyo, as regiões mais afetadas pela pandemia foram Kanagawa (138), Saitama (123), Chiba (107), Osaka (81), Aichi (68), Hokkaido (66), Ibaraki (37), Fukuoka (37) e Fukushima (34).

Novas variantes foram identificadas em 19 prefeituras japonesas

O Japão alertou nessa quinta-feira a identificação de 234 casos confirmados de pessoas contaminadas com as variantes B.1.1.7 (britânica), P.1 (brasileira) e E484K (sul-africana) em 19 das 47 prefeituras.

Novas variantes britânica, sul-africana e brasileira, mais transmissível, potencialmente mais letal e resistente a anticorpos foram encontradas no Japão
Novas variantes britânica, sul-africana e brasileira, mais transmissível, potencialmente mais letal e resistente a anticorpos foram encontradas no Japão

A primeira infecção com as novas variantes no país foi registrada no dia 25 de dezembro com a cepa britânica, que representa 96% das infecções registradas. Estudos globais confirmam que a B.1.1.7 é 70% mais contagiosa e potencialmente 30% mais letal.

Informações divulgadas pelo National Institute of Infectious Diseases demonstrou infecções rastreadas até o dia 25 de fevereiro. 93% casos ocorreram em pessoas que não realizaram nenhuma viagem internacional recentemente, ou seja, a transmissão aconteceu localmente.

As prefeituras mais afetadas pelas novas variantes foram Saitama (38 casos), Hyogo (36 casos) e Niigata (29 casos). A transmissão local fez as autoridades sanitárias acenderem um alerta para a possibilidade de uma quarta onda da COVID-19 no Japão.

Primeiro-ministro Yoshihide Suga deverá estender estado de emergência na Região Metropolitana de Tokyo
Primeiro-ministro Yoshihide Suga deverá estender estado de emergência na Região Metropolitana de Tokyo

Ciente dos riscos, o primeiro-ministro Yoshihide Suga deverá ceder ao pedido dos governadores da Região Metropolitana de Tokyo (Tokyo, Saitama, Kanagawa e Chiba) em estender o estado de emergência nas quatro prefeituras por mais duas semanas.

11 de março: os 10 anos depois do Grande Terremoto de Tohoku de 2011

10 anos depois da tragédia do Grande Terremoto de Tohoku, o Japão ainda sente as consequências do fatídico 11 de março de 2011, entre elas, a mais notória e ameaçadora é o colapso da planta nuclear de Fukushima Daiichi.

Nessa quinta-feira são relembradas as vítimas e a dor dos japoneses ao completar 10 anos do Grande Terremoto de Tohoku de 2011
Nessa quinta-feira são relembradas vítimas e a dor dos japoneses ao completar 10 anos do Grande Terremoto de Tohoku de 2011

Além dos 10 anos de vazamento de água utilizada para resfriar as aproximadamente 900 toneladas de combustível nuclear, ou seja, água radioativa, a indústria nuclear continua desacreditada e estagnada.

Por causa do vazamento de radiação ao longo desses 10 anos, foi registrado queda de 24,4% da atividade de pesca, especialmente nas três prefeituras mais afetadas pela catástrofe nuclear (Miyagi, Iwate e Fukushima).

A planta nuclear de Fukushima Daiichi sendo atingida por tsunami seguido de terremoto em 2011
A planta nuclear de Fukushima Daiichi sendo atingida por tsunami seguido de terremoto em 2011

No mês passado, restos mortais foram encontrados na costa da prefeitura de Miyagi. O corpo foi identificado como de Natsuko Okuyama, 61 anos, dada como desaparecida após o terremoto seguido de tsunami.

“Estou extremamente feliz que minha mãe foi encontrada próximo do aniversário de 10 anos do desastre. Isso permitirá me reestruturar emocionalmente, colocar minha vida em ordem e seguir em frente”, disse seu filho em entrevista.

Sobreviventes do terremoto prestam homenagens em túmulo do que sobrou de cemintério
Sobreviventes do terremoto prestam homenagens em túmulo do que sobrou de cemintério

Além das 15.901 mortes causadas pelo tremor de M­W9.1 seguido de tsunami, 2.528 pessoas seguem desaparecidas, uma ferida aberta na nação e nas famílias que ainda não conseguiram colocar um ponto final nessa história.

Violência doméstica dispara em 2020 no Japão

Uma pandemia de violência doméstica também atinge o Japão. Dados divulgados pela National Police Agency revelou que em 2020 a polícia recebeu 82.643 denúncias, ou seja, 19.378 casos a mais do reportado há cinco anos.

Porém, esse número é subestimado, pois muitas vítimas não conseguem denunciar seus agressores por diversos motivos. De acordo com os dados apreentados, 76,4% das vítimas de violência doméstica são mulheres.

Guarda-copos de bar japonês alerta sobre a relação direta entre o consumo de bebidas alcoólicas e violência doméstica
Guarda-copos de bar japonês alerta sobre a relação direta entre o consumo de bebidas alcoólicas e violência doméstica

As faixas etárias mais afetadas são em torno dos 30 anos, em 27% dos casos, seguidas por mulheres na casa dos 20 com 23,4% das denúncias. Por fim, 22,9% são mulheres na casa dos 40 anos. Apesar das denúncias, apenas 8.702 pessoas foram indiciadas e somente 5.183 foram presas.

Outro número catastrófico são os casos de abuso infantil que atingiu 106.960 denúncias, são 8.738 casos a mais em comparação com 2019 e um recorde desde que esse tipo de crime passou a ser contabilizado em 2004.

Abusos infantis e violência domestica registradas são apenas a ponta do iceberg. A maioria dos casos não são denunciados pelas vítimas, vizinhos ou parentes
Abusos infantis e violência domestica registradas são apenas a ponta do iceberg. A maioria dos casos não são denunciados pelas vítimas, vizinhos ou parentes

Os abusos mais recorrentes foram agressões psicológicas (78.355), violência física (19.452), negligência (8.858) e abuso sexual (295). Apesar da abertura de novos canais de denúncia criado pelos governos locais e centrais, a prevenção a esse tipo de crime ainda é muito baixa em todo o Japão.

Demanda pelo direito de se desconectar cresce no Japão em meio a pandemia do novo coronavírus

O mercado de trabalho mundial mudou radicalmente a partir dos anos 2000 com a inserção de novas tecnologias no cotidiano das pessoas comuns. A situação ficou ainda mais drástica com o uso de aplicativos de comunicação, como Line, WhatsApp e Telegram, por exemplo.

Essas tecnologias mantém os profissionais em um contato permanente com seu ambiente de trabalho e em muitos casos, sempre disponíveis para realizarem trabalhos que seus superiores passam depois do horário regular de trabalho.

Trabalhadoras e trabalhadores japoneses em regime homeoffice estão com carga de trabalho maior e não conseguem 'fugir' de seus chefes em seus momentos fora do horário de trabalho
Trabalhadoras e trabalhadores japoneses em regime home office estão com carga de trabalho maior e não conseguem ‘fugir’ de seus chefes em seus momentos fora do horário de trabalho

Com a pandemia, muitas empresas japonesas liberaram seus funcionários para trabalharem em regime de home office, no entanto, em vez de ser um benefício, a carga de trabalho aumentou muito por causa do fácil acesso pela tecnologia e pelo próprio home office em si.

A demanda pelo direito de se desconectar vem crescendo no Japão porque os trabalhadores sentem que seus chefes não aceitam o fato de não serem respondidos imediatamente ou que seus funcionários não estejam conectados.

Como o Japão não possui uma legislação, a Labor Lawyers Association of Japan está trabalhando para que o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar crie uma legislação que proteja os trabalhadores deste tipo de assédio.

“Existem companhias que não respeitam a privacidade de seus funcionários colocando até mesmo softwares de monitoramento no computador. O governo precisa considerar seriamente criar uma legislação que permita o direito de se desconectar”, disse Kazuya Takemura, secretário geral da Labor Lawyers Association of Japan

*Errata, correção dia 07/03/21: grande terromoto de Tohoku aconteceu dia 11 de março de 2011. Data foi corrigida no texto.

Fontes: Japan Today, Kyodo News, Asahi Shimbun, Mainichi Shimbun, NHK, Nikkei

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