Desde de 30 de novembro de 2021, o governo japonês reintroduziu restrições na entrada de estrangeiros no país, 22 dias depois de anunciar que aliviaria as restrições de entrada e montou um protocolo de quarentena inflexível para cidadãos.
Os japoneses que estiveram fora do país deverão passar por uma quarentena de duas semanas em hotéis preparados. Além disso, é obrigatório o isolamento total no quarto durante 10 dias.

Porém, nem sempre há algum hotel disponível na região do aeroporto, logo, as pessoas são obrigadas a irem para outro aeroporto que tenha vaga para os japoneses que estiveram no exterior.
Chegar em um voo internacional no Japão vem sendo bem desagradável recentemente aos que, depois de horas de voo e cansaço, são realocados para regiões distantes de seu ponto de destino.
“O que? Só pode ser brincadeira!”
Uma cidadã japonesa na casa dos 50 anos que trabalha em uma companhia com associados na Europa contou que voltava de viagem da em um avião, que pegou uma breve escala em Helsinki, capital da Finlândia.
Ao chegar em Narita, foi surpreendida por um oficial do governo. Ele disse aos passageiros que aguardavam o resultado dos testes PCR: “Não temos hotéis disponíveis próximos ao aeroporto de Narita para a quarentena, portanto, vocês terão que ser enviados para o aeroporto de Kansai”.

Ela disse que não acreditou no que estava sendo dito pelo oficial do governo. Contou também que por causa dos protocolos de segurança, os passageiros não podiam falar alto para evitar a propagação da doença.
“O que? Só pode ser brincadeira!”, pensou a mulher vinda da Europa para passar o feriado de fim de ano para passar com seus familiares em Tokyo. “Não podíamos falar mais alto, acho que nenhum de nós pôde entender completamente o que estava acontecendo ali”.
Ela só chegou em um quarto de hotel para realizar a quarentena em Osaka 12 horas depois de chegar no aeroporto de Narita, localização que ela só foi descobrir ao chegar no hotel. “A sensação é que o governo não tem uma resposta adequada para lidar com a situação”.
Contatado em casa
Um estudante de 27 anos que voltou para Kyoto de New York no dia 6 de dezembro recebeu um telefonema na noite de 10 de dezembro de um oficial do governo informando que ele teve contato com uma pessoa infectada com a variante ômicron e que precisaria realizar uma auto quarentena.
O telefonema foi inusitado, pois o estudante já tinha realizado quarentena quando chegou ao Japão conforme determinado pelo governo desde 30 de novembro e acabou gerando muita preocupação e ansiedade.

“Deveríamos ser isolados no aeroporto até que fosse determinado, se o passageiro com COVID-19 de nosso voo, estava contaminado com a nova variante. Acabei causando problemas e ansiedade aos meus familiares”, disse o jovem que está em quarentena conforme recomendado.
Em outros casos de cidadãos japoneses que chegaram recentemente ao Japão pelo aeroporto de Narita, tiveram que ser realocados para outros aeroportos, como o de Sendai, Chubu, Kansai e Fukuoka.
Ameaça da variante ômicron
A nova variante ômicron (B.1.1.529) do SARS-CoV-2 descoberta por cientistas sul-africanos é uma ameaça de potencial ainda desconhecido. Ainda não é possível afirmar que ela seja menos perigosa que qualquer outra variante do coronavírus.
O que é possível afirmar no momento é que ela (ômicron) se multiplica 70 vezes mais rápido nos brônquios se comparada a outras cepas, o que faz dela uma variante assustadoramente mais contagiosa, e que demora 10 vezes mais para infectar os pulmões.

Seus principais sintomas são:
- Dor muscular, em especial na região lombar;
- Suor noturno;
- Inflamação na garganta;
- Dores de cabeça;
- Nariz entupido.
Sintomas de perda de olfato ou de paladar são menos comuns na variante ômicron, o que pode indicar menos complicações neurológicas. Contudo, ela é tem uma capacidade muito maior de infectar pessoas que já tiveram COVID-19 e quem foi vacinado.
O primeiro-ministro Fumio Kishida disse estar preparado para ser criticado pelas duras medidas restritivas, mas que fará o que for necessário para impedir que o pior cenário ocorra no Japão.
Por outro lado, enfatizou que as medidas são temporárias e sujeitas a mudança, de acordo com o grau de entendimento dos especialistas em relação a gravidade e aos perigos que a nova variante é capaz em circulação na dinâmica da sociedade japonesa.
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