O Japão considera implementar o uso de ‘passaporte vacinal’ para o turismo comercial doméstico como forma do esforço do governo em regularizar a atividade social e econômica no país.
O plano que deverá ser apresentado pelo governo nesta quinta-feira, 9. O passaporte vacinal é emitido pelo governo japonês a seus cidadãos para viagens internacionais e agora também deverá servir de forma interna.

É previsto que o documento dará descontos e outras benesses em serviços para quem adotar o uso do passaporte, além disso, o governo deverá impedir que empresas cobrem preços exorbitantes aos que não tiverem o passaporte.
Porém, críticos apontam para os riscos de discriminação aos que não utilizarem o comprovante de imunização. Há temores de que as pessoas percam vagas de emprego ou ingresso a alguma instituição de ensino com a aplicação dessa regulamentação.
Passaporte vacinal
Os japoneses que já foram imunizados contra a COVID-19 poderão obter o documento comprobatório gratuitamente pelas autoridades municipais com informações como nome, número do passaporte e a data da imunização.

Para tanto é necessário que o solicitante apresente pessoalmente ou por correios os documentos necessários para o passaporte vacinal, ou seja, formulário de inscrição, passaporte e comprovante de vacinação.
A adoção dessa política deverá ser implementada completamente até o final do ano de 2021 de forma 100% digital e deverá ser uma importante ferramenta para a retomada da atividade econômica do país.
Lobby para o fim das quarentenas obrigatórias
O principal grupo de lobistas de negócios, a Keidanren, pediu ao governo central que considere encerrar as quarentenas obrigatórias aos estrangeiros que estiverem completamente imunizados.
Além disso, o grupo também solicita que, caso a quarentena seja necessária, os dias de isolamento sejam reduzidos dos atuais 14 para 10 dias. Outras medidas também solicitam que testes de farmácias autorizados pelo Ministério da Saúde sejam oficialmente aceitos.

As demandas apresentadas por Masakazu Tokura, presidente da Federação Empresarial do Japão foram apresentadas ao Primeiro-Ministro Yoshihide Suga como forma de reestabelecer uma espécie de normalidade econômica ao país.
“Mais de 80% da população estará totalmente imunizada nos próximos dois meses. Se a taxa de casos graves for suficientemente reduzida, o foco será encontrar um equilíbrio entre as medidas contra a propagação do vírus e as atividades econômicas”, – Masakazu Tokura, presidente da Federação Empresarial do Japão
Relaxamento a partir de novembro
O governo central planeja relaxar as restrições da COVID-19 em meados de novembro, mês em que mais de 80% da população deva estar completamente imunizada contra o SARS-CoV-2.
Entre o relaxamento das restrições estará no reestabelecimento da venda de bebidas alcóolicas em bares e restaurantes, relaxamento restritivo em viagens e até mesmo eventos de grande escala.

Nos próximos dia também será decidido se 19 das 47 prefeituras que atualmente estão sob o estado de emergência deverão ser estendidos até o dia 30 de setembro, o que deverá acontecer dado a sobrecarga nos hospitais japoneses.
Críticos pedem cautela com a “volta a normalidade”. Para os especialistas, a medida mais sensata é ter minimamente uma queda de 50% no número de pacientes e com tendência de queda entre os enfermos que se encontram em estado grave.
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