Com o final do estado de emergência no dia 20 de junho em 8 prefeituras (Tokyo, Osaka, Kyoto, Hyogo, Okayama, Hiroshima, Fukuoka e Aichi), bares e restaurantes foram autorizados a voltar vender bebidas alcóolicas por tempo limitado.

Isso ocorre em meio ao cumprimento do estado de quase-emergência (com exceção de Okayama e Hiroshima) que deverá ser levado até o dia 11 de julho, poucos dias antes da abertura dos Jogos Olímpicos de Tokyo.
No entanto, as regras do estado de quase-emergência desagradaram tanto frequentadores quanto proprietários, especialmente os novos empreendedores que abriram seus negócios na pré-pandemia tendo em vista o evento Olímpicos.
Regras do quase-emergência
Entre as prefeituras que ficarão dentro do estado de quase-emergência, incluindo a Região Metropolitana de Tokyo (Chiba, Saitama, Kanagawa e Tokyo), os estabelecimentos estão autorizados a manter as portas abertas até às 20:00 horas.
Quanto ao consumo de bebidas alcóolicas em bares e restaurantes, os estabelecimentos só poderão servir álcool para seus clientes até às 19:00, além disso, só serão permitidos poucas pessoas.

Em regra, os estabelecimentos só poderão atender duas pessoas juntas e em espaços separados para não promover aglomerações, algo que prejudicará os pequenos empreendimentos, mas grupos maiores deverão ser proibidos de entrar.
Não obstante, as duplas atendidas só poderão consumir bebidas alcóolicas pelo tempo máximo de 90 minutos, uma medida vista como ineficiente e sem propósito já que os clientes podem migrar de um estabelecimento para outro.
Medidas incompreensíveis
Seja frequentadores ou proprietários, as regras para bebidas alcoólicas nas prefeituras em quase-emergência são incompreensíveis. Uma mulher na casa dos 30 entrevistada pelo Asahi Shinbum afirmou que se o bar parar de servi-la, ela simplesmente irá para outro.
Se a medida busca restringir que as pessoas fiquem embriagadas, ela é absolutamente inútil, de acordo com a entrevistada “muitos lugares permitem que você fique bêbado por apenas mil ienes”.

Para proprietários, as restrições nas vendas de bebidas afetarão diretamente as outras vendas de comida, petiscos e aperitivos, isso significa que apesar da possibilidade de voltar a vender álcool em dois meses, os ganhos, talvez, não sejam maiores do que o custo de operação.
Um gerente de 35 anos de um estabelecimento izakaya disse: “Sou grato por poder voltar a comercializar bebidas alcóolicas, porém, não sei quando irei me recuperar, pois a quantidade de vendas ainda é incerta”.
Pequenos proprietários desfavorecidos
Quanto menor o estabelecimento, menor o número de clientes que ele pode receber. Para além, em algumas regiões, é mais fácil ir para outro distrito onde as restrições locais de quase-emergência não estejam em vigor.
Essa foi uma consideração dada ao Mainichi por um funcionário de um bar de Tokyo. Segundo o trabalhador, basta que o grupo de clientes se dirija para o distrito de Akabane para que possam beber sem preocupações.

Outro problema enfrentado pelos operadores é que fica ao encargo dos próprios funcionários alertarem seus clientes sobre as regras, ou seja, um fardo ainda maior, afinal, nem sempre os fregueses são educados ou entendem a situação.
Apesar de confuso e sem muita lógica aparente, será desta forma que os bares e restaurantes das prefeituras em estado de quase-emergência deverão se manter até pelo menos o dia 11 de julho.
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