Nas últimas semanas, o número de pessoas internadas no sistema de saúde aumentou vertiginosamente. Nesta quinta-feira (5), a ocupação dos leitos chegou a 108.400, há um mês, dia 5 de julho, segunda-feira, a ocupação era de 16.391 leitos.
Diante desta realidade, o governo central adotou uma política de aceitar apenas pessoas contaminadas em estado grave para aliviar a pressão nos hospitais do país considerando que os leitos estão ocupados por pacientes moderados.

A decisão gerou críticas de legisladores de oposição. Os parlamentares alegam que há o risco real de pessoas que apresentam sintomas moderados apresentarem pioras no estado de saúde e acabem ficando sem tratamento.
O Primeiro-Ministro Yoshihide Suga anunciou a medida na segunda-feira (2), e apesar dos apelos de colegas de seu próprio partido na quarta-feira (4), Suga informou que não voltará atrás de sua decisão.
Novo desgaste na gestão Suga
Antes dessa decisão do Primeiro-Ministro, o governo central havia determinado que apenas pessoas com sintomas leves de COVID-19 devessem ser orientadas a voltar para suas casas para realizar a quarentena.
Porém, com as infecções aumentando em todas as prefeituras chegando a mais de 15 mil contaminados nesta quinta-feira (5), Suga disse a jornalistas que: “É uma medida para disponibilizar atendimento médico”.

A vice-líder do partido Komeito (da coalizão governante LDP-Komeito), Michiyo Takagi criticou a nova medida: “Espero que essa decisão seja reconsiderada, incluindo a possibilidade da retirada de atuais pacientes de seus leitos”.
Para o ex-ministro da saúde Akira Nagatsuma, essa política é um “desastre causado pelo homem”.
Os líderes do CDPJ (Constitutional Democratic Party of Japan), o JCC (Japanese Communist Party) e o DPP (Democratic Party for the People) entrarão com um pedido para anular a medida.
Outras declarações
Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde do Japão, Norihisa Tamura declarou que a medida visa garantir leitos para pessoas que enfrentam risco de morte por eventuais agravamentos de casos e que ainda não se encontram na rede de saúde do país.
Shigeru Omi, principal conselheiro para assuntos relacionados a pandemia de COVID-19, informou em uma sessão da Dieta que não foi comunicado da decisão.

O ministro Tamura, no entanto, afirmou que a decisão não era um problema, uma vez que o governo já tinha avaliado a situação.
A aliada do partido do Primeiro-Ministro, a vice-líder do Komeito Michiyo Takagi, criticou a decisão por ela também possibilitar que pessoas com pneumonia ou outros problemas respiratórios também sejam retirados dos hospitais.
Além disso, Takagi afirmou: “É impossível tratar pacientes considerados moderados com ventiladores em casa”. Assim sendo, é inviável que esses pacientes, seja de COVID-19, pneumonia ou outro problema respiratório se recuperar em casa.
Oito prefeituras entram em estado de quase-emergência
Nesta quinta-feira (5), oito prefeituras japonesas entraram em estado de quase-emergência até o dia 31 de agosto: Fukushima, Ibaraki, Tochigi, Gunma, Shinzuoka, Aichi, Shiga e Kumamoto.
A medida acontece em meio ao aumento das contaminações pela variante Delta, uma cepa mais infecciosa do que o MERS, SARS, ebola, gripe e sarampo e já com transmissão local em algumas regiões do Japão.

Estão dentro do estado de emergência as prefeituras de Tokyo, Okinawa, Chiba, Kanagawa, Saitama e Osaka também até o dia 31. Algumas regiões das prefeituras de Hokkaido, Ishikawa, Kyoto, Hyogo e Fukuoka também estão em estado de emergência.
A principal restrição é a proibição da venda de bebidas alcoólicas por bares, restaurantes, karaokê e outros estabelecimentos que trabalhem com álcool. Aos que não servem, foi solicitado que as portas sejam fechadas às 20:00.
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