A avaliação da gestão de governo do Primeiro-ministro Yoshihide Suga caiu a níveis recordes na véspera da abertura dos Jogos Olímpicos de Tokyo. A popularidade do governo vem caindo acentuadamente desde setembro de 2020, época da retomada do programa Go To Travel.
Na ocasião (setembro de 2020), 65% dos japoneses aprovavam a gestão de Suga. A situação foi ficando cada vez mais crítica à medida em que a realização das Olimpíadas foi imposta, apesar de 85% dos japoneses se declararem contra.

Outros fatores como situação econômica do país, impopulares estados de emergência, surtos de infecções e a percepção de uma resposta lenta e fraca a pandemia também pesou na má imagem do governo em relação a população.
Dois veículos de comunicação diferentes conduziram as pesquisas de popularidade: Kyodo News e The Asahi Shimbun. Confira os principais dados coletados.
Queda meteórica
Suga não teve o melhor dos mundos desde que assumiu o cargo. Quando se tornou Primeiro-Ministro, 65% dos japoneses estavam confiantes no governo, enquanto apenas 13% desaprovavam a condução política do país.
Em outubro o apoio caiu para 53%, subiu um pouco para 56% em novembro, mas despencou para 33% em janeiro. Nesse momento (janeiro), 45% dos japoneses desaprovavam a gestão do governo.

De lá para cá, a aprovação oscilou entre 33% e 34% e a desaprovação entre 40% e 47%. Na última pesquisa realizada pelo Asahi Shimbun entre 17 e 18 de julho de 2021, a poucos dias da abertura das Olimpíadas, o apoio caiu para 31% e 49% dos japoneses desaprovavam seu governo.
Na pesquisa realizada pela Kyodo News, o governo é apoiado por 35,9% da população e rejeitado por 49,8% dos entrevistados. Foram coletadas 654 respostas válidas entre 1.382 residências pesquisadas pela Kyodo News e 628 respostas válidas entre as 1.142 residências pesquisadas pelo The Asahi Shimbun.
Outros dados
O estudo do Asahi Shimbun revelou que homens são a maioria (35%) entre os que aprovam a gestão Suga, enquanto apenas 25% das mulheres aprovam o governo. A resposta do governo também foi extremamente má avaliada com 65% de insatisfação contra 26%.
Para 63% dos entrevistados, o governo central é o grande responsável pelos problemas de abastecimento de insumos para vacinação, por outro lado, 54% ainda avaliam bem os esforços para imunizar os japoneses.

O que mais chama atenção é a preocupação em relação a realização dos Jogos Olímpicos de Tokyo 2021.
De acordo com a Kyodo News, 87% dos entrevistados estão apreensivos com a realização do evento e 67,9% não acreditam na eficiência do estado de emergência na capital.
Além disso, para 31,2% dos entrevistados, as Olimpíadas devem ser canceladas. O motivo é o receio de que o evento se torne um super disseminador da variante Delta do coronavírus no país, preocupação corroborada por sanitaristas do mundo inteiro.
A economia, o estado de emergência e a governança
A população japonesa está majoritariamente cética em relação a eficiência do estado de emergência em Tokyo durante a realização das Olimpíadas. Não obstante, a medida de impedir atacadistas de venderem bebidas caiu muito mal entre empresários do setor.
Desconsiderando a financeirização do mercado, a economia japonesa real está em uma situação crítica. Por isso, uma nova rodada de auxílio a empresas e cidadãos deverá dar sobrevida aos negócios e a economia enquanto o país imuniza sua população o mais rápido possível.

Apesar da rejeição, Suga conta com o apoio de 14% da população para sua reeleição e 54% dos entrevistados desejam que o Primeiro-Ministro termine seu mandado em setembro, contra 27% que desejam sua substituição antes do fim de seu mandato.
As eleições em Tokyo deram um forte recado a coalização da situação LDP-Komitei. Os próximos meses serão muito difíceis para que Yoshihide seja capaz de reconquistar a confiança dos japoneses. Embora ainda haja tempo, se as eleições fossem hoje, a derrota seria o caminho mais provável.
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