Neste sábado (3), Tokyo realizou eleições municipais para escolher os próximos 127 legisladores de sua assembleia metropolitana. Já no domingo (4) com o resultado da votação, o Primeiro-Ministro Yoshihide Suga, Komitei e LDP sofreram uma grande derrota.
A derrota da coalizção LDP-Komitei em obter maioria na assembleia da capital japonesa é um alerta e uma prévia do que poderá acontecer nas eleições gerais para a Dieta, que deverá acontecer em outubro de 2021.

Analistas políticos afirmam, que a causa principal para o fracasso da coalizão, é a percepção da população em relação a resposta que o governo central lidou com a pandemia de coronavírus, além de escândalos envolvendo políticos importantes.
Além da gestão da pandemia dentro do Japão, também foi levado em consideração a opinião pública a respeito da realização dos Jogos Olímpicos de Tokyo. O início está marcado acontecer no próximo dia 23 deste mês (julho de 2021).
Jogos Olímpicos de Tokyo 2021
A população japonesa não está satisfeita com a realização das Olimpíadas na capital do país. Uma pesquisa de opiniões chegou a relatar 86% dos japoneses contrários a realização do evento.
No entanto, o governo e muitos patrocinadores afirmaram que não há possibilidade de mais uma prorrogação.
Também há forte rejeição da população sobre a presença de espectadores nos estádios, vale ressaltar que mais de 10 mil voluntários desistiram de trabalhar no evento.
Afinal, há preocupações com a possibilidade de surgir uma nova variante olímpica dado a quantidade de estrangeiros reunidos.

Enquanto isso, o governo central e metropolitano de Tokyo em conjunto com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e o IOC (Comitê Olímpico Internacional) não apenas seguiram adiante com a realização como estão considerando permitir 50% de torcedores nas arenas.
O descontentamento público com as decisões políticas acerca de Tokyo 2021 se mostrou assertivo nas urnas e deixou um recado claro aos agentes e operadores políticos do Japão.
Números e participação
As eleições desse sábado (3) deram mais do que uma derrota para a principal coalizão política do Japão, mas um recado a classe política do país: apenas 42,39% dos eleitores compareceram às urnas.

O número só é menor do que as eleições de 1997 quando compareceram apenas 40,8% dos eleitores, no entanto, a presença é bem maior se comparada a última realizada em 2017, quando 51,28% dos cidadãos da capital foram votar.
No total, 271 candidatos tentaram uma vaga na Assembleia Metropolitana. Entre os eleitos, 38 parlamentares são mulheres, uma cadeira a mais em comparação com 2017, o melhor desempenho desde o pós-guerra.
Resultado das urnas
Embora o LDP não tenha conseguido cadeiras suficientes para ser maioria na capital japonesa, o partido saiu de 25 cadeiras em 2017 para 33 em 2021.
No entanto, a projeção era que o partido conseguisse 46 cadeiras.

O aliado Komeito assegurou 23 cadeiras. Somados, LDP e Komeito tem 56 das 127 cadeiras.
Já o partido criado pela governadora Koike, o Tomin First no Kai perdeu cadeiras: saiu de 46 parlamentares em 2017 para 31 em 2021. Analistas creditam a queda na falta de apoio da governadora em seu próprio partido.
Em compensação, o CDPJ (Constitutional Democratic Party of Japan) mais que dobrou suas fileiras: de 7 cadeiras em 2017 saltou para 15 em 2021. O JCP (Japaneses Communist Party) ganhou mais uma cadeira e contará com 19 parlamentares.
As principais lideranças políticas do Japão
O Primeiro-Ministro Yoshihide Suga disse para a imprensa que aceita humildemente o fracasso na eleição metropolitana em entrevista coletiva.

“Aceito humildemente o fato de que não fomos capazes de obter a maioria da assembleia como eu havia prometido. Nosso diretório regional analisará os resultados e nos prepararemos para a próxima eleição. Ainda assim, faremos nosso melhor para cumprir com nossa responsabilidade com a população de Tokyo.” – Yoshihide Suga, Primeiro-Ministro do Japão
A ausência da governadora Yuriko Koike nos palanques foi determinante para que seu partido perdesse tantas cadeiras, uma vez que seu partido é novo, bem como seus membros que ainda não tem uma base de apoio popular.

Porém, a governadora passou algum tempo internada por burnout (estafa física e mental) e só recebeu alta na quarta-feira (30). Desde então, passou em todos os escritórios de campanha para alavancar as candidaturas.
Para o líder do Komeito, Natsuo Yamaguchi, o comportamento da governadora no começo e no final da corrida eleitoral provavelmente influenciou o resultado das eleições de alguma forma, opinião partilhada por Taimei Yamaguchi, figura influente da LDP.
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