O governo central do Japão realizou três rodadas de pacotes de estímulo econômico durante a pandemia para auxiliar empresas e cidadãos durante a recessão. O país ainda conta com JP¥ 20 trilhões (U$ 180 bilhões) do ano fiscal de 2020 para utilizar.
No total, a Dieta alocou JP¥ 73 trilhões (U$ 663 bilhões) em custos extraordinários em 2020, ou seja, a quantia revelada e anunciada pela Kyodo News expressa, para muitos japoneses, a forma como o gabinete do Primeiro-Ministro lidou com os efeitos da pandemia.

A insatisfação com a aliança governante do Japão, LDP-Komeito, foi demonstrada pelos cidadãos de Tokyo nas eleições dos dias 3 e 4 de julho que deu cadeiras suficientes para os partidos de oposição.
Contudo, especialistas apontam que de olho nas eleições para Dieta (deverá acontecer entre outubro e novembro), o governo deverá viabilizar mais um pacote de auxílio econômico e somar aos JP¥ 20 trilhões que sobraram do ano fiscal de 2020.
Investimentos dos pacotes de 2020
Prevendo a queda da atividade econômica, o Japão imprimiu dinheiro, aumentou sua dívida pública a impressionantes 266% do PIB em 2021.
Além disso, segundo o Primeiro-Ministro Yoshihide Suga, não há previsões para o pagamento desta dívida nos próximos 10 anos.
Segundo dados do governo, JP¥ 3.6 trilhões (U$ 32.7 bilhões) foram alocados para o setor de bares e restaurantes, porém, apenas JP¥ 970 bilhões (U$ 8.8 bilhões) foram escoados para atender as empresas do setor.

Também foram reservados JP¥ 2.37 trilhões (U$ 21.5 bilhões) para financiar a campanha de turismo interno “Go To Travel”, mas somente JP¥ 940 bilhões (U$ 8.5 bilhões) chegaram ao destino.
O governo central enviou JP¥ 100 mil (U$ 910,35) para todos os cerca de 126 milhões de cidadãos, no entanto, muitas pessoas disseram ter encontrado dificuldades em receber o auxílio por conta de burocracias.
Pequenas e médias empresas
Embora a visão pública da má gestão de Yohishide Suga em relação a condução e resposta da pandemia de COVID-19, membros do governo já sabiam que parte do dinheiro aprovado nos pacotes de estímulos de 2020 não seria usado naquele ano fiscal.
Segundo o governo, JP¥ 10 bilhões (U$ 91 milhões) foram enviados a fundos para ajudar economicamente as pequenas e médias empresas locais que ficaram de fora dos pagamentos do pacote financeiro.

Mas uma nova dificuldade surge no horizonte dos pequenos e médios empresários japoneses: o governo subiu o salário mínimo em JP¥ 930 por hora (U$ 8,4), um aumento de 28 ienes. Mas na atual conjuntura econômica, o impacto da elevação ainda é desconhecido.
Embora não pareça ser um grande aumento, o momento de recessão e austeridade dificultam a própria existência de muitos negócios, especialmente com idas e vindas dos estados de emergência que geram restrições de circulação e consumo.
Novos estímulos, novas esperanças
Após o aumento salarial, o Primeiro-Ministro afirmou que pretende chegar aos mil ienes (U$ 9,10) para beneficiar principalmente os trabalhadores temporários.
A média salarial em Tokyo, capital do país é de JP¥ 1.041 (U$ 4,49), enquanto nas regiões rurais é de JP¥ 820 (U$ 7,46), uma diferença significativa entre campo e cidade. A ideia de Suga é revitalizar as regiões rurais para alavancar as economias locais.

Os próximos estímulos econômicos deverão ser mais abrangentes e contemplar mais pessoas e empresas, diminuindo a burocracia e mitigando os efeitos devastadores da pandemia e das consequências dos estados de emergências país afora.
Apesar disso, os japoneses sentem-se cansados e frustrados com um futuro de incertezas. Ainda há uma longa caminhada até que toda a população esteja devidamente protegida contra o SARS-CoV-2 e eles possam voltar a uma eventual normalidade.
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